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COMUNICAÇÕES 249 - SANDRA MAXIMIANO: UMA GESTORA DE EQUILÍBRIOS À FRENTE DA ANACOM

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apdc news<br />

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curity and Privacy Officer (CSPO) da<br />

Huawei, que deu a perspetiva de um<br />

provider tecnológico, defende que<br />

é preciso “começar a trabalhar de<br />

imediato”, determinando-se as obrigações<br />

que se aplicam à organização<br />

e aos seus fornecedores. A colaboração<br />

vertical é também estratégica<br />

e um “exemplo de como a indústria<br />

trabalha em domínios similares,<br />

partilhando os seus<br />

pontos de vista”.<br />

Mais: considera<br />

mesmo que a NIS<br />

2 representará<br />

“mudanças enormes<br />

e com um<br />

custo importante.<br />

As obrigações de<br />

compliance são duras e o seu custo<br />

não poderá ser canalizado para o<br />

investimento no mercado”. Por isso,<br />

defende uma abordagem de acordo<br />

com o risco, sendo que as certificações<br />

poderiam reduzir os níveis dos<br />

gastos. Mas, para isso, será necessário<br />

definir standards harmonizados<br />

ao nível europeu.<br />

No debate que se seguiu, moderado<br />

por Sandra Fazenda Almeida (APDC)<br />

e Tiago Bessa (VdA), foi dada a perspetiva<br />

de vários players de mercado,<br />

que confirmaram que implementar<br />

as regras da NIS 2 será tudo menos<br />

fácil. Neste processo, será essencial<br />

contar com o apoio total das lideranças<br />

das organizações, conhecer bem<br />

as novas regras, requisitos e obrigações<br />

e estabelecer um roadmap de<br />

implementação. Apostar na formação<br />

dos colaboradores é também<br />

essencial para a consciencialização<br />

e a tomada de medidas preventivas.<br />

Implementar a NIS 2<br />

será complexo e implica<br />

cortar com o apoio total<br />

das lideranças das<br />

organizações<br />

Assim como encontrar talento qualificado<br />

à altura.<br />

Na autarquia de Lagos, já se está a<br />

proceder à migração para a NIS 2.<br />

Joel Guerreiro, diretor de Modernização<br />

Administrativa e Financeira,<br />

admite que o que mais o preocupa é<br />

garantir capacidade<br />

de resposta às diferentes<br />

vulnerabilidades<br />

e os prazos de<br />

reporte, que serão<br />

muito mais curtos.<br />

Admitindo que “vamos<br />

todos precisar<br />

de ajuda, porque<br />

ninguém está a salvo em termos de<br />

cibersegurança”, destaca a importância<br />

de ter um executivo municipal<br />

que está presente e apoia a implementação<br />

das medidas. Acresce que<br />

há capacidade de<br />

investir.<br />

Já a experiência<br />

de Pedro Pinto,<br />

responsável de<br />

Cibersegurança do<br />

Instituto Politécnico<br />

da Guarda, é<br />

distinta. Admite que<br />

uma das maiores<br />

dificuldades é colocar os projetos no<br />

terreno, já que a gestão de topo não<br />

está envolvida. Uma vez que a NIS<br />

2 determina uma responsabilização<br />

das administrações, haverá muito a<br />

fazer, implicando um verdadeiro processo<br />

de “mudança de cultura nas<br />

organizações”.<br />

André Baptista, founder da Ethiack,<br />

As dificuldades são<br />

muitas, desde a falta de<br />

consciencialização para<br />

o tema, aos recursos<br />

limitados das empresas<br />

startup especializada na prevenção<br />

da cibersegurança e proteção de<br />

ativos digitais, confirma que a sua<br />

experiência mostra que existe ainda<br />

“distância entre as administrações<br />

e quem trabalha”, quando deveria<br />

haver proximidade e maior facilidade<br />

de comunicação. Só assim “as<br />

lideranças ficam mais conscientes<br />

relativamente aos riscos e as vulnerabilidades<br />

que possam surgir nos<br />

seus sistemas”.<br />

Mas as maiores dificuldades com<br />

que todos se defrontam são as<br />

humanas. Não só em encontrar<br />

talento qualificado<br />

em cibersegurança,<br />

para responder aos<br />

novos desafios de<br />

um mundo digital,<br />

mas também na<br />

capacitação das<br />

pessoas da organização,<br />

evitando-se<br />

erros. “Estamos a<br />

assistir a uma transição digital muito<br />

acelerada e focamo-nos muito no<br />

problema da indústria de identificar<br />

vulnerabilidades e corrigi-las. As dores<br />

ou dificuldades dos clientes são<br />

realmente muitas, desde a clara falta<br />

de consciencialização para o tema,<br />

aos recursos limitados na área”,<br />

salienta André Baptista.•

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