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COMUNICAÇÕES 249 - SANDRA MAXIMIANO: UMA GESTORA DE EQUILÍBRIOS À FRENTE DA ANACOM

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em destaque<br />

30<br />

Não é por acaso que a cibersegurança e a resiliência<br />

cibernética foram tema central do Fórum<br />

Económico Mundial na Cimeira de Davos de<br />

janeiro último. As ameaças no digital estão a<br />

disparar, em quantidade e em sofisticação, num mundo<br />

em profundo processo de transição geopolítica<br />

e tecnológica. E a perspetiva é que este enorme risco<br />

global aumente exponencialmente nos próximos anos,<br />

colocando em causa as cadeias mundiais de fornecimentos,<br />

as economias e as próprias democracias. Por<br />

isso, há que cerrar fileiras ao nível mundial, europeu e<br />

nacional. Com a certeza de que a resposta terá de passar<br />

por uma estratégia de ataque defensivo.<br />

O Global Cybersecurity Outlook 2024, realizado<br />

pelo Fórum Económico Mundial (WEF) e pela Accenture,<br />

mostra que no ano passado o mundo enfrentou<br />

uma ordem geopolítica polarizada, múltiplos conflitos<br />

armados, ceticismo e fervor sobre as implicações das<br />

tecnologias do futuro e uma incerteza económica global<br />

generalizada. No meio deste cenário, uma certeza:<br />

a economia da cibersegurança cresceu exponencialmente,<br />

acima da economia<br />

global e ultrapassou o<br />

crescimento do setor tecnológico.<br />

Mais de um terço<br />

das organizações sofreu<br />

pelo menos um incidente<br />

cibernético.<br />

Para 2024, num cenário<br />

global ainda mais<br />

tenso e conflituoso, espera-se<br />

que as ameaças<br />

cibernéticas sejam mais<br />

vastas e complexas. Com<br />

a agravante de ser um ano em que mais de 45 países e<br />

quase quatro mil milhões de pessoas vão às urnas para<br />

decidir quem governa mais de 50% do PIB mundial.<br />

Isto enquanto cresce a desigualdade cibernética entre<br />

organizações, setores, comunidades e países.<br />

As soluções? Em Davos foram apontadas muitas<br />

e todas passaram por um combate concertado às desigualdades,<br />

pela resolução de lacunas em competências,<br />

por uma maior colaboração internacional, por<br />

mapear e entender melhor o ecossistema cibercriminoso,<br />

ou pela aposta na utilização massiva das mais<br />

recentes tecnologias. Aqui, a inteligência artificial (IA)<br />

A economia da<br />

cibersegurança cresceu<br />

exponencialmente, acima<br />

da economia global e do<br />

setor tecnológico<br />

surge em grande destaque, porque está a revolucionar<br />

tudo, para o bem e para o mal…<br />

FAZER FACE A MAIS E MAIS CIBERAMEAÇAS<br />

Uma análise do site govtech às previsões de cibersegurança<br />

para 2024 das grandes consultoras mundiais revela<br />

que todas têm alguns temas comuns. A começar<br />

pelo impacto da IA. Do ‘lado negro’ do digital, antecipam<br />

que os ataques cibernéticos sejam mais eficazes,<br />

com os hackers a aproveitarem todo o potencial das ferramentas<br />

da IA generativa. Mas a tecnologia também<br />

assume um papel fundamental na ciberdefesa. Acresce<br />

que a necessidade de melhorar a produtividade impulsionará<br />

a adoção rápida e generalizada da GenAI.<br />

Haverá cada vez mais regulamentação, leis, políticas,<br />

privacidade de dados e regras éticas, porque o número<br />

de pessoas online vai continuar a aumentar, reforçando<br />

exponencialmente a superfície de ataque para os hackers.<br />

O cenário na Europa não é diferente. O mais recente<br />

ranking das 10 principais ciberameaças, elaborado<br />

pela ENISA, a Agência<br />

para a Cibersegurança da<br />

UE, é liderado pelo comprometimento<br />

das cadeias<br />

de fornecimentos, face às<br />

dependências do software.<br />

Seguem-se a escassez de<br />

competências; erro humano<br />

e sistemas legacy explorados<br />

nos ecossistemas ciber-físicos;<br />

exploração de<br />

sistemas não corrigidos e<br />

desatualizados; e aumento<br />

da vigilância digital. Fornecedores transfronteiriços<br />

de serviços TIC; campanhas avançadas de desinformação/operações<br />

de influência; aumento das ameaças híbridas<br />

avançadas; utilização abusiva da IA; e impacto<br />

físico das perturbações naturais/ambientais nas infraestruturas<br />

digitais críticas completam a lista.<br />

O “Worldwide Security Spending Guide”, da IDC,<br />

diz que as organizações “enfrentam níveis de ciberameaça<br />

sem precedentes, impulsionados por uma enorme<br />

e voraz economia de cibercriminalidade, pela proliferação<br />

de todas as ferramentas e serviços de ataque<br />

imagináveis na dark web e por um cenário geopolítico

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