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Carla Juliana Pissinatti Borges - Proceedings.scielo.br

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pareceria difícil discernir entre atividades escolares e não-escolares. Essa separação está<<strong>br</strong> />

claramente vinculada à instituição que as ministra: as primeiras são tarefas realizadas<<strong>br</strong> />

sob orientação da escola e as demais são operações que têm lugar fora desse contexto.<<strong>br</strong> />

É necessário observar, porém, que o campo não-escolar, por sua vez, engloba todo um<<strong>br</strong> />

universo de práticas das mais diversas naturezas, que variam desde atividades<<strong>br</strong> />

espontâneas e cotidianas a práticas mais coordenadas, deliberadas e sistematizadas.<<strong>br</strong> />

Algumas delas são tão naturalizadas que sequer são identificadas como atividades<<strong>br</strong> />

educativas, tais como ler um jornal ou revista, discutir uma questão polêmica entre<<strong>br</strong> />

amigos, ouvir histórias de pessoas mais velhas, freqüentar um culto religioso, etc. Já<<strong>br</strong> />

outras adotam estruturas muito similares às escolares e chegam a despertar dúvidas até<<strong>br</strong> />

mesmo quanto à propriedade de não serem classificadas como formais, por exemplo os<<strong>br</strong> />

cursos de idioma, de aprimoramento profissional, as auto-escolas, etc. Assim, em<<strong>br</strong> />

contraste com a nitidez e solidez do sistema educacional escolar, essas atividades<<strong>br</strong> />

assumem feições multiformes e são, por isso, de difícil classificação e organização.<<strong>br</strong> />

Os objetivos dessas atividades, freqüentemente, são pouco claros, as clientelas indefinidas e a<<strong>br</strong> />

responsabilidade de sua manutenção e administração divide-se entre dezenas de entidades<<strong>br</strong> />

públicas e privadas. Elas surgem espontaneamente, aparecem e desaparecem; às vezes têm um<<strong>br</strong> />

êxito fulgurante, outras tantas vezes morrem obscuramente sem deixar saudades (COOMBS,<<strong>br</strong> />

1986, p. 198).<<strong>br</strong> />

De qualquer maneira, parece haver uma concordância geral de que esse outro universo<<strong>br</strong> />

de ensino que se encontra além dos muros escolares, ainda que de maneira amorfa e<<strong>br</strong> />

indefinida, é relevante e merece maior atenção. Trata-se de atividades que atingem a<<strong>br</strong> />

vida de muitas pessoas e “quando bem orientadas, podem contribuir de maneira<<strong>br</strong> />

substancial para o desenvolvimento individual e nacional e têm, também, possibilidade<<strong>br</strong> />

de dar uma alta contribuição para o enriquecimento cultural e a auto-realização<<strong>br</strong> />

individual” (COOMBS, 1986, p. 198).<<strong>br</strong> />

Para solucionar esse problema, convencionou-se fazer das duas grandes fatias do bolo<<strong>br</strong> />

educacional, a escolar e a não-escolar, três: a formal, a não-formal e a informal. De<<strong>br</strong> />

maneira simplificada, a educação escolar equivaleria à formal, enquanto a não-escolar<<strong>br</strong> />

subdividir-se-ia entre não-formal e informal. Essa classificação tampouco é consensual,<<strong>br</strong> />

mas, como veremos, os autores costumam divergir mais em relação aos critérios<<strong>br</strong> />

selecionados para delimitá-los do que à repartição tripartite em si.

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