Carla Juliana Pissinatti Borges - Proceedings.scielo.br
Carla Juliana Pissinatti Borges - Proceedings.scielo.br
Carla Juliana Pissinatti Borges - Proceedings.scielo.br
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
entre a educação e as práticas sociais, independentemente do termo que se decida adotar<<strong>br</strong> />
para referir-se às práticas educacionais realizadas fora da escola.<<strong>br</strong> />
No presente texto, contudo, manteremos o uso do termo educação social para nos<<strong>br</strong> />
remetermos às práticas educacionais relacionadas ao desenvolvimento social do<<strong>br</strong> />
indivíduo e educação não-formal para fazer referência às práticas educacionais<<strong>br</strong> />
institucionalizadas e intencionais realizadas fora da escola, ou seja, uma definição mais<<strong>br</strong> />
relacionada com o local onde se desenvolvem as práticas do que com a natureza da ação<<strong>br</strong> />
ali desenvolvida 2 . De acordo com essa definição pode haver ocorrências da educação<<strong>br</strong> />
social tanto dentro da educação formal como da educação formal, a depender do<<strong>br</strong> />
contexto em que se desenrole, respectivamente, dentro e fora da escola, como veremos<<strong>br</strong> />
em seguida.<<strong>br</strong> />
O reconhecimento da educação social<<strong>br</strong> />
A preocupação em recuperar esse escopo mais holístico da educação foi o grande<<strong>br</strong> />
leitmotiv que inspirou o surgimento da Pedagogia Social, vertente pedagógica já de<<strong>br</strong> />
grande tradição histórica em países europeus, mas que apenas recentemente tem<<strong>br</strong> />
permeado a cena educacional <strong>br</strong>asileira. Segundo Hans-Uwe, essa corrente científica<<strong>br</strong> />
originou-se como uma crítica à educação focada exclusivamente no desenvolvimento<<strong>br</strong> />
individual, sem se considerar as dimensões sociais da existência humana (HANS-UWE,<<strong>br</strong> />
2009, p. 25), so<strong>br</strong>e as quais, conforme vimos, soerguem-se os pilares educacionais. Para<<strong>br</strong> />
a Pedagogia Social, à educação cabe fortalecer os processos de autoconhecimento,<<strong>br</strong> />
autoestima, autodidatismo, conscientização e transformação tanto dos indivíduos como<<strong>br</strong> />
da sociedade (KURKI, 2006 apud RYYNÄNEN, p. 63). Conforme pondera Luzuriaga,<<strong>br</strong> />
um dos autores dessa corrente, se é verdade que há uma relação simbiótica entre<<strong>br</strong> />
educação e sociedade, é também verdadeiro que o objeto de ambas é o ser humano em<<strong>br</strong> />
sua personalidade individual. “Daí a estreita correlação entre a Pedagogia Social e a<<strong>br</strong> />
Pedagogia Individual” (LUZURIAGA, 1960, P. 7).<<strong>br</strong> />
2 Essa compreensão se aproxima do critério estrutural sugerido por Trilla: “entendemos por<<strong>br</strong> />
educação não-formal o conjunto de processos, meios e instituições específica e diferenciadamente<<strong>br</strong> />
concebidos em função de objetivos explícitos de formação ou instrução não diretamente voltados à<<strong>br</strong> />
outorga dos graus próprios do sistema educacional regrado” (TRILLA, 2008, p. 42)