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Carla Juliana Pissinatti Borges - Proceedings.scielo.br

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estaria presente quando duas das acepções de Trilla (2008) fossem verificadas,<<strong>br</strong> />

necessariamente estaríamos vinculando a educação social aos contextos de<<strong>br</strong> />

marginalidade, ainda que a definição do autor so<strong>br</strong>e o termo se anuncie mais amplo do<<strong>br</strong> />

que esse único domínio.<<strong>br</strong> />

Diferentemente do que se pode apreender por esse viés da leitura de Trilla (2008), Paulo<<strong>br</strong> />

Freire (1973), largamente referenciado pelos europeus como teórico da Pedagogia<<strong>br</strong> />

Social, embora não tenha utilizado o termo em sua produção bibliográfica, não avaliza a<<strong>br</strong> />

percepção de que a educação social – por ele denominada educação popular – deva ser<<strong>br</strong> />

confinada apenas ao universo dos excluídos sociais. Mesmo tendo dedicado sua<<strong>br</strong> />

principal o<strong>br</strong>a – Pedagogia do Oprimido – aos "esfarrapados do mundo" (FREIRE,<<strong>br</strong> />

1977, p. 12), Freire sustenta a convicção, estruturadora de sua teoria do conhecimento,<<strong>br</strong> />

de que a educação deve libertar não apenas o oprimido, mas também o seu opressor.<<strong>br</strong> />

Essa perspectiva desafia e instiga a educação social a tornar-se uma prática libertadora,<<strong>br</strong> />

emancipatória aplicável onde quer que se constituam as relações oprimido/opressor,<<strong>br</strong> />

inclusive dentro da escola.<<strong>br</strong> />

“A nova pedagogia social” não pode reduzir seu âmbito de atuação ao<<strong>br</strong> />

tratamento dos tradicionais problemas sociais. A educação social tem de<<strong>br</strong> />

refletir também acerca de sua intervenção, onde realizá-la e se perguntar por<<strong>br</strong> />

que o faz de uma maneira e não de outra. A educação social deve a<strong>br</strong>ir novos<<strong>br</strong> />

espaços de reflexão e trabalho e, o que é mais importante, deve incidir nas<<strong>br</strong> />

causas dos problemas; deve prevenir as causas que os geram (PETRUS,<<strong>br</strong> />

2003, p. 61).<<strong>br</strong> />

Essa visão privilegia iniciativas capazes de criar espaços e possibilidades de<<strong>br</strong> />

convivência na diversidade, entre diversas culturas, diversas classes socioeconômicas,<<strong>br</strong> />

diversas realidades e visões de mundo, superando assim os “muros invisíveis”<<strong>br</strong> />

(RYYNÄNEN, 2009, p. 74) que os separam. A Pedagogia Social deixa de ser vista,<<strong>br</strong> />

assim como uma pedagogia para os excluídos, mas uma pedagogia para todos,<<strong>br</strong> />

principalmente no que se refere à sua socialização, ou seja, à sua postura e ações perante<<strong>br</strong> />

os demais. “A importância dos processos de conscientização vai muito além das classes<<strong>br</strong> />

menos favorecidas, sendo necessário alcançar as classes com poder” (RYYNÄNEN,<<strong>br</strong> />

2009, p. 74).<<strong>br</strong> />

[...] precisamos de uma Pedagogia dos direitos, so<strong>br</strong>etudo para as elites. A<<strong>br</strong> />

Pedagogia Social de rua, como parte constituinte dessa pedagogia dos<<strong>br</strong> />

direitos precisa educar também a família, o ministério público, advogados,<<strong>br</strong> />

juízes, promotores e a polícia, não só os educadores e os oprimidos<<strong>br</strong> />

(GRACIANI, 2005, p. 15).<<strong>br</strong> />

Com a desvinculação da Pedagogia Social com uma suposta vocação para o<<strong>br</strong> />

atendimento aos excluídos sociais e aos órfãos de guerras que até muito recentemente

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