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Carla Juliana Pissinatti Borges - Proceedings.scielo.br

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Dizer que a educação social é o campo de especialização das práticas educativas<<strong>br</strong> />

institucionalizadas que se desenrolam fora da escola e objeto central da Pedagogia<<strong>br</strong> />

Social não implica defender que esse é o único domínio onde ela se desenvolve, nem<<strong>br</strong> />

dizer que se desenvolve melhor nessas esferas. Ao contrário, a educação social enquanto<<strong>br</strong> />

formadora de um indivíduo para a prática da liberdade, dos direitos individuais e para a<<strong>br</strong> />

vida em sociedade, não apenas encontra na escola um ambiente fértil para sua<<strong>br</strong> />

realização, mas consiste em um dos seus pilares principais. Mais precisamente, se a<<strong>br</strong> />

educação social já não pode mais ser vista como um universo exclusivamente dedicado<<strong>br</strong> />

às populações marginalizadas, ao entendê-la como a preparação do indivíduo para a<<strong>br</strong> />

vida em sociedade, temos claro que ela não apenas é abordada pela pedagogia escolar,<<strong>br</strong> />

como efetivamente constitui uma das funções primordiais da escola pública <strong>br</strong>asileira.<<strong>br</strong> />

Se por um lado, contudo, é possível afirmar que a educação social é mais bem<<strong>br</strong> />

desenvolvida em âmbitos não-escolares, não podemos deixar de assumir que tal é a<<strong>br</strong> />

principal função da educação desenvolvida nesses contextos. Historicamente, os<<strong>br</strong> />

contextos extraescolares têm sido considerados como o lócus central de<<strong>br</strong> />

desenvolvimento dos contextos não-formais de ensino e aprendizagem e pode-se dizer<<strong>br</strong> />

que esta constitui a sua vantagem comparativa, ou seja, sua especialidade entre todas as<<strong>br</strong> />

funções que pode vir a desempenhar 4 . Tanto que por muito tempo, como vimos, a<<strong>br</strong> />

educação esteve atrelada à ideia de educação em contextos hostis e marginalizados e<<strong>br</strong> />

apenas ultimamente essa inter-relação tem começado a ser questionada. Fato é que a<<strong>br</strong> />

experiência secular das práticas não formais muito tem contribuído para a concretização<<strong>br</strong> />

do que viemos entendendo por educação social e para a própria consolidação do<<strong>br</strong> />

conceito. Dessas experiências históricas podem surgir inspirações para a solução dos<<strong>br</strong> />

desafios contra os quais as escolas, e a educação de maneira geral, têm sido<<strong>br</strong> />

contrastadas.<<strong>br</strong> />

Observa-se, dessa maneira, que o lócus de desenvolvimento da educação social e,<<strong>br</strong> />

consequentemente, das competências sociais, pode variar muito, mas sua diferenciação<<strong>br</strong> />

não necessariamente precisa seguir o critério escolar ou não-escolar. De maneira mais<<strong>br</strong> />

precisa, quaisquer dos domínios educacionais que se considere possuem manifestações<<strong>br</strong> />

4 O conceito de vantagem comparativa sugere uma comparação consigo mesmo, ou seja, indica o<<strong>br</strong> />

que uma instituição, organização ou país é capaz de fazer de melhor em relação às outras funções que lhe<<strong>br</strong> />

cabem desempenhar. A comparação não é, portanto, externa nem relativa a terceiros. Neste caso, esse<<strong>br</strong> />

conceito extraído da economia serve a indicar não que os contextos não-formais podem implementar<<strong>br</strong> />

melhor a educação social do que a escola, mas sim que é o que faz de melhor entre todas as tarefas sob<<strong>br</strong> />

sua alçada e so<strong>br</strong>e a qual, justamente por isso, tem se especializado.

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