Carla Juliana Pissinatti Borges - Proceedings.scielo.br
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teórico da Pedagogia Social espanhola, e depois a Paulo Freire, para entendermos os<<strong>br</strong> />
contornos que a Pedagogia Social tem assumido no Brasil.<<strong>br</strong> />
Para Trilla (2003, p. 15-23), a educação social pode ser entendida por meio de três<<strong>br</strong> />
acepções, das quais duas devem ser necessariamente verificadas: (a) o desenvolvimento<<strong>br</strong> />
da sociabilidade do indivíduo, (b) o atendimento a indivíduos em situação de conflito<<strong>br</strong> />
social; e (c) a educação em âmbitos não-formais.<<strong>br</strong> />
A primeira dimensão consiste precisamente na função social da educação a cujo debate<<strong>br</strong> />
nos dedicamos no início deste capítulo ao debatermos a função social da educação.<<strong>br</strong> />
Nesse eixo, a Pedagogia Social teria como objeto a educação destinada à formação<<strong>br</strong> />
social do indivíduo, ou seja, o estudo das ações que produzem efeitos educativos na<<strong>br</strong> />
esfera social da personalidade, conduzindo o ser humano à maturidade. Dizer que a<<strong>br</strong> />
Pedagogia Social se ocupa da educação social entendida segundo essa acepção não<<strong>br</strong> />
implica dizer, porém, que a formação social do indivíduo fica – ou deve ficar – sob seu<<strong>br</strong> />
monopólio. Ao contrário, conforme defendem os teóricos mais radicais – e também o<<strong>br</strong> />
terceiro grupo – toda educação é, por natureza, social, independente do meio onde se<<strong>br</strong> />
desenrola, já que é uma prática recorrente em diversas sociedades e que, ainda quando<<strong>br</strong> />
se volta para o indivíduo e para sua formação individual, presta contribuição à própria<<strong>br</strong> />
consolidação da sociedade e à sua continuidade. Ao mesmo tempo, a socialização do<<strong>br</strong> />
indivíduo não seria a única entre as facetas abordadas pela Pedagogia Social.<<strong>br</strong> />
[...] parece que o uso da expressão pedagogia social, por um lado, remete não<<strong>br</strong> />
só a intervenções educativas so<strong>br</strong>e a dimensão social da personalidade e, por<<strong>br</strong> />
outro lado, tampouco todas as intervenções educativas deste tipo costumam<<strong>br</strong> />
ser contempladas sob os prenúncios daquela disciplina pedagógica.<<strong>br</strong> />
Poderíamos dizer que o desenvolvimento da sociabilidade é um traço muito<<strong>br</strong> />
identificador do “ar de família” da pedagogia social; mas um traço que não é<<strong>br</strong> />
exclusivo dessa família nem necessariamente é compartilhado por toda a<<strong>br</strong> />
parentela (TRILLA, 2003, p. 19).<<strong>br</strong> />
Fica clara, assim, para Trilla, a necessidade de outros critérios para delinear mais<<strong>br</strong> />
precisamente o seu escopo. Assim, na segunda acepção proposta pelo autor temos a<<strong>br</strong> />
educação social como a educação voltada para indivíduos em situação de conflito<<strong>br</strong> />
social. Essa concepção se foca so<strong>br</strong>e os destinatários da ação educativa, formados por<<strong>br</strong> />
doutrina de: (1) formação social do indivíduo; (2) educação nacionalista e política do indivíduo; (3) ação<<strong>br</strong> />
educadora da sociedade; (4) assistencialismo; (5) sociologismo pedagógico; e (6) trabalho social<<strong>br</strong> />
(QUINTANA, 1997). Esses critérios não são muito menos a<strong>br</strong>angentes que o apresentado por Maillo e<<strong>br</strong> />
por isso baseamo-nos em Trilla, que nos fornece base mais concretas para a contextualização desse debate<<strong>br</strong> />
no marco das competências.