Carla Juliana Pissinatti Borges - Proceedings.scielo.br
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O que se nota, entretanto, é que esse equilí<strong>br</strong>io nem sempre se fez presente ao longo da<<strong>br</strong> />
história da educação e das instituições que se dedicaram ao seu desenvolvimento,<<strong>br</strong> />
majoritariamente a escola. Passemos então à revisão dessa instituição em particular, das<<strong>br</strong> />
definições que acabou assumindo o próprio conceito de educação e da necessidade de<<strong>br</strong> />
retorno a uma visão mais a<strong>br</strong>angente, capaz de efetivamente tornar possível o alcance de<<strong>br</strong> />
um equilí<strong>br</strong>io entre a formação individual e a constituição social do ser humano,<<strong>br</strong> />
essencial para uma educação de qualidade.<<strong>br</strong> />
Algumas reflexões a respeito da escola<<strong>br</strong> />
Sendo a educação resultado de uma ação majoritariamente social em sua natureza e fins,<<strong>br</strong> />
conforme sugere a reflexão anterior, alguns veem a escola então como uma instituição<<strong>br</strong> />
histórica, uma criação do ser humano para dar forma, sistematizar e organizar os<<strong>br</strong> />
processos educativos que ocorriam de forma espontânea e assumiam distintas feições.<<strong>br</strong> />
A escola é uma instituição histórica. Não existe desde sempre nem nada<<strong>br</strong> />
garante sua perenidade. Foi e é funcional a certas sociedades, mas o que é<<strong>br</strong> />
realmente essencial a qualquer sociedade é a educação. A escola constitui<<strong>br</strong> />
apenas uma de suas formas, e nunca de maneira exclusiva (TRILLA, 2008, p.<<strong>br</strong> />
17).<<strong>br</strong> />
Alguns a vêm, na verdade, como o ápice da apropriação da função de educar por parte<<strong>br</strong> />
de alguns grupos ou pessoas (BRUNO, 1996, p. 21). Outros, como o momento em que a<<strong>br</strong> />
educação se sujeita a uma teoria científica e se institucionaliza.<<strong>br</strong> />
A educação aparece sempre que surgem formas sociais de condução e<<strong>br</strong> />
controle da aventura de ensinar e aprender. O ensino formal é o momento em<<strong>br</strong> />
que a educação se sujeita à Pedagogia (a teoria da educação), cria situações<<strong>br</strong> />
próprias para o seu exercício, produz os seus métodos, estabelece suas regras<<strong>br</strong> />
e tempos e constitui executores especializados. É quando aparecem a escola,<<strong>br</strong> />
o aluno e o professor (BRANDÃO, 1981, p. 26).<<strong>br</strong> />
O atrelamento da função de educar à instituição que a incorpora de maneira<<strong>br</strong> />
predominante – a escola – no entanto, se deu de forma tão intensa e predominou ao<<strong>br</strong> />
longo do tempo de maneira tal que a educação praticada por outros atores passou a ser<<strong>br</strong> />
apenas marginalmente reconhecida como parte importante da formação do indivíduo.<<strong>br</strong> />
Com isso, as atenções e reflexões acadêmicas so<strong>br</strong>e educação acabaram por se restringir<<strong>br</strong> />
em grande parte ao setor formal. Assim, foi disseminada a compreensão de que a ação<<strong>br</strong> />
educativa e o alcance de uma formação apropriada e condizente com as demandas<<strong>br</strong> />
sociais de aprendizagem necessariamente passariam pela escola (TRILLA, 2008, p. 17).<<strong>br</strong> />
O que se testemunhou, em decorrência, foi uma progressiva redução do conceito de