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Culpa e graça – Paul Tournier – Cap

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<strong>Cap</strong>ítulo 24<br />

A ordem de Melquisedeque<br />

Gostaria de despertar em vocês uma visão mais ampla do problema humano<br />

e de nossa tarefa, como médicos, diante deste problema; uma visão<br />

profundamente bíblica da universalidade da culpa e da universalidade do<br />

perdão. Gostaria de encorajá-los a pensarem e a agirem em uma escala<br />

universal, independente de todas as particularidades dos ritos e dogmas da<br />

igreja. São <strong>Paul</strong>o escreve que Deus, nosso Senhor, “quer que todos os<br />

homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só<br />

Deus e um só Mediador entre Deus e os homens <strong>–</strong> Jesus Cristo homem, o<br />

qual se seu a si mesmo em preço de redenção por todos...” (I Timóteo 2.4-<br />

6).<br />

Os clérigos recebem com frequência os membros de suas respectivas<br />

igrejas; porém, às vezes, pessoas mais ou menos sem ligação com a igreja<br />

mas que trazem seu testemunho, procuram o clérigo e acabam por<br />

aproximar-se, de uma certa maneira, da igreja que representa e de suas<br />

instituições e ritos. É óbvio que o clérigo precisa responder à essas pessoas<br />

nos termos prescritos pela igreja a que pertence e oferecer a salvação de<br />

acordo com os ritos instituídos.<br />

Mas nós, médicos, acolhemos indiscriminadamente as pessoas aflitas em<br />

toda a sua diversidade. Alguns são devotos e precisamos respeitar a sua<br />

forma de devoção, sejam católicos, ortodoxos, protestantes, judeus,<br />

maometanos ou budistas. Muitos são religiosos sem serem devotos, não<br />

estão certos a respeito de suas próprias atitudes, confusos talvez pelos<br />

argumentos que dividem as igrejas. Há alguns cujas vidas espirituais<br />

prendem-se a meras lembranças de alguma leitura ou de uma conversa que<br />

os comoveram ou de uma oração que suas mães diziam quando eram<br />

crianças.<br />

Há aqueles que dizem não poder orar e, no entanto, fazem revelações que<br />

são orações mais autênticas do que qualquer outra oração que jamais<br />

aprenderam (Romanos 8.26). Há alguns que não sabem o que buscam e<br />

que, no entanto, procuram impetuosamente. Há também alguns que dizem<br />

ser indiferentes e que são precisamente os mais ansiosos, escondendo sua<br />

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