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Culpa e graça – Paul Tournier – Cap

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também não os limitam. O que cada uma delas oferece a seus membros, em<br />

varias formas diferentes, é a mesma viva e universal realidade <strong>–</strong> a<br />

reconciliação do homem com Deus.<br />

Pergunto, então, a meus colegas: nós todos que, por dez anos, temos<br />

buscado caminhos para um renascimento espiritual universal, não podemos<br />

apelar para a “ordem de Melquisedeque”? Nós nos chamamos de médicos<br />

da personalidade completa. Do ponto de vista médico, a expressão<br />

“medicina integrativa” é própria porque significa que encaramos o homem<br />

no seu todo, na sua unidade, como um ser espiritual e também um animal.<br />

Isto significa necessariamente que aceitamos nossa vocação espiritual. Quer<br />

dizer que entendemos que somos chamados para socorrer nossos pacientes<br />

não apenas em dificuldades físicas e psicológicas, mas, também, em suas<br />

dificuldades espirituais e, no entanto, sem proselitismos. Pertencemos às<br />

mais variadas igrejas <strong>–</strong> Ortodoxa, Católica e Protestantes de todas as<br />

denominações <strong>–</strong> somos filhos submissos de nossas respectivas igrejas, mas<br />

temos um ministério espiritual comum. Se precisarmos de uma referencia<br />

bíblica para este nosso ministério, podemos nos chamar de “médicos<br />

segundo a ordem de Melquisedeque”.<br />

O nome soa bárbaro? Ora! Em uma época em que novos termos surgem<br />

todos os dias, precisamos, certamente, nos familiarizar com palavras mais<br />

difíceis de pronunciar do que esta! Ela te parece orgulhosa? Como se fosse<br />

uma super igreja que pretende ser mais universal do que as outras, vindo<br />

para abarcá-las ou suplantá-las? Como para distribuir a salvação a todos,<br />

independentemente delas?<br />

Não! Trata-se, isto sim, uma questão de “infraestrutura” e é neste aspecto<br />

que diz respeito a nós médicos. É uma questão deste aspecto humano, deste<br />

problema humano que estamos estudando; o problema universal da culpa e<br />

a necessidade universal do perdão, comum a todos os homens, e da benção<br />

universal que Deus oferece a todos, antes mesmo de qualquer igreja em<br />

particular transmiti-la através de suas formas próprias. Então, entendo<br />

como “infraestrutura” a essência do homem, tal qual Deus o criou, um ser<br />

ao mesmo tempo animal e espiritual, livre e responsável, tal como se tornou<br />

após a Queda: culpado, atormentado pela culpa e, no entanto, perdoado.<br />

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