O CIVISMO FESTIVO NA BAHIA - Programa de Pós-Graduação em ...
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el<strong>em</strong>ento que aplaudia. Não se vê uma resolução<br />
popular, ainda que este fosse o <strong>de</strong>sejo do público. Foi<br />
uma solicitação, um pedido. Qu<strong>em</strong> resolveu foi o<br />
príncipe. [...] Aqui não tiv<strong>em</strong>os príncipes[...]. Ao<br />
contrário do que se <strong>de</strong>u lá, tiv<strong>em</strong>os que luctar e<br />
combater contra a autorida<strong>de</strong>. No Sul, portanto, o povo<br />
concorreu para a In<strong>de</strong>pendência com solicitações, e<br />
aclamações, vibrando e apllaudindo um príncipe. Aqui<br />
na Bahia levantando-se contra a metrópole, fazendo-lhe<br />
a guerra e vencendo-a. Que diferença !„23<br />
O baiano Afrânio Peixoto, então presi<strong>de</strong>nte da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras,<br />
conferenciou durante as com<strong>em</strong>orações da In<strong>de</strong>pendência da Bahia <strong>em</strong> 1923. Deteve-<br />
se na análise das diferenças entre a luta pela <strong>em</strong>ancipação política <strong>em</strong>preendida pelo<br />
povo baiano e o papel <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhado pelos "povos das capitanias do Sul", aos quais<br />
teria restado apenas "adherir ao movimento" vitorioso <strong>em</strong> terras baianas. A conclusão<br />
do seu discurso foi incisiva: "...brasileiros do Brasil inteiro que me ouves, saibas que só<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1823 é que sois realmente livres. ,24 Segundo tal lógica, todo<br />
o país <strong>de</strong>via à Bahia a <strong>em</strong>ancipação política e até mesmo a integrida<strong>de</strong> territorial, já<br />
que "si a Bahia não houvesse vencido os portugueses que nélla tinham estabelecido o<br />
seu quartel- general, talvez não pudéss<strong>em</strong>os admirar a estrutura d'este colosso - o<br />
Brasil. ,25<br />
Diante do evi<strong>de</strong>nte crescimento econômico e político do Rio <strong>de</strong> Janeiro, o<br />
questionamento da importância do Sete <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro para a história brasileira revelava<br />
a insistência <strong>de</strong> letrados como Braz do Amaral e Afrânio Peixoto <strong>em</strong> contrastar o papel<br />
<strong>de</strong>vido à Bahia no contexto nacional ao <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhado pela capital da República. Nas<br />
consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Braz do Amaral, os "<strong>em</strong>bellesamentos do Rio <strong>de</strong> Janeiro e todos os<br />
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