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O CIVISMO FESTIVO NA BAHIA - Programa de Pós-Graduação em ...

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lento e ininterrupto cal<strong>de</strong>amento das três raças que aqui conviv<strong>em</strong>, o typo<br />

prevalecente ainda é do porvir e só o ter<strong>em</strong>os <strong>de</strong>finitivo quando a fusão se completar<br />

num todo selecionado sob a acção <strong>de</strong>sse meio trópico <strong>em</strong> que viv<strong>em</strong>os."57 Portanto,<br />

tinha-se então o tipo transitório, provisório, visto como ina<strong>de</strong>quado para representar o<br />

estado. Era ainda o estado <strong>de</strong> letargia t<strong>em</strong>porária i<strong>de</strong>ntificado por Teodoro Sampaio.<br />

Diante <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> predominava os negros e mulatos circulando pelas<br />

ruas carregando gamelas sobre suas cabeças "<strong>de</strong>sgrenhadas", ao invés dos imigrantes<br />

louros portando elegantes óculos <strong>de</strong> alcance, tal interpretação significava a esperança<br />

para os que relacionavam os seus padrões <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> ao branqueamento. Tal<br />

perspectiva assegurava a possibilida<strong>de</strong> - "cientificamente fundamentada" - <strong>de</strong> ostentar<br />

o título <strong>de</strong> civilizados, <strong>de</strong> viver sob o signo da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, num t<strong>em</strong>po futuro. Pois,<br />

como profetizaram os pareceristas, "ainda por muito t<strong>em</strong>po o influxo <strong>de</strong> povos e raças<br />

que as leis economicas e causas diversas para aqui encaminhar<strong>em</strong>, povos e raças que<br />

se hão <strong>de</strong> fundir"58. Entretanto, como a compensar a longa espera pelo fim <strong>de</strong>ste<br />

processo "evolutivo", se teria um tipo s<strong>em</strong>elhante ao europeu, isento <strong>de</strong> caracteres<br />

africanos ou indígenas. É o que conclui os encarregados do parecer:<br />

"A gente portuguesa, como evoluiu na America do Sul, nesse<br />

meio trópico, mesclada mais ou menos com o índio e com o<br />

africano é que dará o typo brasileiro, typo que mais se<br />

aproxima do branco puro, pelo estancar das outras raças, pelo<br />

fluxo constant<strong>em</strong>ente renovado dos europeus, pelo prestígio dos<br />

i<strong>de</strong>ais da raça branca. ,59<br />

Para os associados do IGHBa, a <strong>de</strong>safricanização da socieda<strong>de</strong> baiana parecia<br />

possível apesar da avaliação do dr. Tranquilino Torres "do conjunto <strong>de</strong>ssas<br />

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