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O CIVISMO FESTIVO NA BAHIA - Programa de Pós-Graduação em ...

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por ser uma das áreas mais elegantes e valorizadas da cida<strong>de</strong>: "a sala <strong>de</strong> visitas da<br />

Bahia" 21<br />

O monumento foi enaltecido pelos intelectuais e políticos baianos como uma<br />

importante obra <strong>de</strong> arte a contribuir para a mudança estética da cida<strong>de</strong> além <strong>de</strong><br />

símbolo do patriotismo dos baianos. Em t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> reformas urbanas julgava-se<br />

imprescindível erguer o monumento on<strong>de</strong> lhe fosse dada a "mais larga exibição",<br />

visível "não tanto dos nacionais, [...] mas aos estrangeiros que n'uma primeira<br />

excursão pela cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pare-o ante os olhos surpreendidos." A certeza da utilida<strong>de</strong><br />

política e cultural dos monumentos era evi<strong>de</strong>nte, pois não havia "nação civilizada do<br />

mundo, que os não possua" e "a França mo<strong>de</strong>rna" era "um nobre ex<strong>em</strong>plo a imitar-<br />

se " . 22 A construção do monumento no Campo Gran<strong>de</strong> se convertia <strong>em</strong> mais uma<br />

tentativa <strong>de</strong> aproximar a capital baiana das "nações civilizadas" , além <strong>de</strong> refletir as<br />

concepções dos republicanos baianos acerca das formas apropriadas <strong>de</strong> celebração<br />

cívica.<br />

A idéia <strong>de</strong> construção do monumento passou a ser <strong>de</strong>fendida nos anos 70 do<br />

século XIX e ganhou a<strong>de</strong>sões <strong>de</strong>pois dos conflitos entre militares e populares que<br />

festejavam o Dois <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1875. O confronto <strong>de</strong>u-se no Terreiro <strong>de</strong> Jesus,<br />

quando os soldados subordinados ao tenente-coronel Alexandre Frias Villar<br />

"investiram contra o povo inerme, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> massa ali reunido para expansões<br />

próprias ao dia".23 Na versão <strong>de</strong> Hi<strong>de</strong>lgar<strong>de</strong>s Vianna os policias agrediram<br />

"patriotas" que se divertiam numa chegança. 24 A festa foi encerrada com o saldo <strong>de</strong><br />

alguns feridos e com a propaganda do Diário da Bahia pela construção <strong>de</strong> um<br />

monumento. Portanto, na sua orig<strong>em</strong>, a idéia <strong>de</strong> construção do monumento<br />

vinculava-se à preocupação com a or<strong>de</strong>m social. Naquele momento parecia mais<br />

seguro uma com<strong>em</strong>oração <strong>em</strong> torno do monumento ao cortejo que movimentava-se<br />

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