O CIVISMO FESTIVO NA BAHIA - Programa de Pós-Graduação em ...
O CIVISMO FESTIVO NA BAHIA - Programa de Pós-Graduação em ...
O CIVISMO FESTIVO NA BAHIA - Programa de Pós-Graduação em ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Também a prática <strong>de</strong> jogos proibidos motivava algumas prisões e multas. João<br />
Baptista <strong>de</strong> Barros foi multado <strong>em</strong> 2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1894 por estar jogando o "Sete"',<br />
provavelmente um jogo <strong>de</strong> azar com dados, no Terreiro <strong>de</strong> Jesus.69 Entretanto, mesmo<br />
sendo irregular, a documentação disponível sobre a repressão a este tipo <strong>de</strong><br />
contravenção sugere que as punições aos infratores eram raras. A punição a João<br />
Baptista parece ter sido mais uma exceção do que regra. Por vezes, a proibição <strong>de</strong><br />
jogos como o "Sete" parecia restringir-se a <strong>de</strong>terminados lugares. Em 1899, durante<br />
as com<strong>em</strong>orações do Dois <strong>de</strong> Julho o <strong>de</strong>legado Cassiano Lopes procurou coibir a<br />
prática do jogo do "Sete" durante "as noites <strong>de</strong> iluminação" para as festas do Dois <strong>de</strong><br />
Julho. Entretanto, tal permissão foi concedida nas celebrações no Campo Gran<strong>de</strong>.<br />
Talvez o <strong>de</strong>legado t<strong>em</strong>esse mais os jogadores do Terreiro <strong>de</strong> Jesus do que os<br />
do Campo Gran<strong>de</strong>, sugerindo uma discriminação social do divertimento. A atitu<strong>de</strong> do<br />
<strong>de</strong>legado referenda a análise <strong>de</strong> Nancy Rita Assis para qu<strong>em</strong> os jogos proibidos neste<br />
período eram uma prática, lazer ou vício a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do ponto <strong>de</strong> vista do<br />
observador.70 O hábito <strong>de</strong> jogar se estendia por diversos pontos da cida<strong>de</strong> incluindo<br />
grupos sociais diferenciados." Na imprensa mencionava-se a "jogatina" como um<br />
hábito que envolvia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o "viciado <strong>de</strong> gravata" até o "ganhador", "na promiscuida<strong>de</strong><br />
dos pardieiros", como eram <strong>de</strong>signados pela imprensa <strong>de</strong>scontente com os<br />
estabelecimentos próprios a este divertimento. 72<br />
A própria negligência policial <strong>em</strong> relação aos jogos <strong>de</strong> azar na cida<strong>de</strong> revela<br />
que a repressão não era ostensiva e sist<strong>em</strong>ática. Esta tolerância gerava <strong>de</strong>núncias nos<br />
jornais locais. O Jornal <strong>de</strong> Notícias, <strong>em</strong> 1898, solicitava ao chefe <strong>de</strong> segurança pública,<br />
<strong>em</strong> nome dos "chefes <strong>de</strong> famílias", a adoção <strong>de</strong> medidas enérgicas contra o "nefasto<br />
jogo do bicho ", que "campeia a modo <strong>de</strong> envilecer-nos o nome <strong>de</strong> povo civilizado".73<br />
O jornal Á Tar<strong>de</strong> - on<strong>de</strong> se registravam mais queixas contra as "combucas" nas quais<br />
64