15.04.2013 Views

requisito da idoneidade moral analisado na investigação

requisito da idoneidade moral analisado na investigação

requisito da idoneidade moral analisado na investigação

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

vi<strong>da</strong> pregressa é objeto de análise, em detrimento <strong>da</strong> presunção de veraci<strong>da</strong>de e<br />

legitimi<strong>da</strong>de que o próprio ato jurisdicio<strong>na</strong>l goza. 59<br />

Aos que defendem essa tese, parece mais fácil acreditar que o juízo<br />

sentenciante tenha agido de má-fé do que vislumbrar que existem fortes indícios e<br />

argumentos <strong>da</strong>ndo conta de que o conde<strong>na</strong>do em primeira instância agiu em<br />

desacordo com a lei. Generaliza-se, assim, a exceção, abrindo-se a porteira para<br />

que diversos conde<strong>na</strong>dos em primeiro grau, com a vi<strong>da</strong> pregressa já atingi<strong>da</strong>,<br />

ingressem em cargos políticos e se valham <strong>da</strong> prerrogativa de foro para atrasarem o<br />

processamento dos feitos, livrando-se <strong>da</strong>s conde<strong>na</strong>ções muitas vezes pela<br />

incidência <strong>da</strong> prescrição.<br />

Resta definir o termo ad quem dos efeitos <strong>da</strong> inelegibili<strong>da</strong>de. Segundo<br />

Roberto Rosas, se a sentença conde<strong>na</strong>tória restar confirma<strong>da</strong> <strong>na</strong>s infindáveis<br />

instâncias recursais a que for submeti<strong>da</strong>, ela gerará suspensão de direitos políticos e<br />

inelegibili<strong>da</strong>des (conforme o caso) decorrentes <strong>da</strong> conde<strong>na</strong>ção fi<strong>na</strong>l. To<strong>da</strong>s elas têm<br />

prazo certo de duração. Findo esse prazo, o candi<strong>da</strong>to estará reabilitado e, nesse<br />

caso, o processo que gerou a inelegibili<strong>da</strong>de não poderá mais ser considerado para<br />

macular a vi<strong>da</strong> pregressa do candi<strong>da</strong>to, sob pe<strong>na</strong> não só de se <strong>da</strong>r o bis in idem,<br />

mas de perpetuação dos efeitos de conde<strong>na</strong>ção, em desacordo com a lei,<br />

representando ver<strong>da</strong>deira cassação de direitos políticos. 60<br />

Segundo Soraya Taveira Gaya (Procuradora de Justiça do Ministério Público<br />

do Rio de Janeiro), apesar de a Constituição Federal assegurar no art. 5º, inc. LVII<br />

que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado <strong>da</strong> sentença pe<strong>na</strong>l<br />

conde<strong>na</strong>tória, o que vemos <strong>na</strong> prática são situações bem diversas como, por exemplo,<br />

o caso de anotação imediata <strong>na</strong> Folha de Antecedentes Pe<strong>na</strong>is <strong>da</strong> existência de<br />

inquérito ou processo assim que são instaurados, quando o certo deveria ser a<br />

anotação ape<strong>na</strong>s quando houvesse transito em julgado <strong>da</strong> sentença conde<strong>na</strong>tória.<br />

Ora, se ninguém pode ser considerado culpado enquanto estiver respondendo a um<br />

inquérito ou processo, como pe<strong>na</strong>lizar alguém fazendo constar em sua Folha de<br />

Antecedentes anotações que vão lhe prejudicar social ou profissio<strong>na</strong>lmente? Trata-se<br />

de hipótese clara de constrangimento ilegal que pode ser discuti<strong>da</strong> em grau de<br />

Habeas Corpus ou Man<strong>da</strong>do de Segurança, conforme o caso. É muito comum o<br />

59<br />

Recurso Ordinário em Man<strong>da</strong>do de Segurança nº 1991/0019963-0, voto do Ministro relator<br />

Demócrito Rei<strong>na</strong>ldo.<br />

60<br />

ROSAS, Roberto. Direito Sumular. 12. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004. p. 85.<br />

39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!