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Baixe em PDF - Página de Ideias

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MARCUS, o imortal<br />

voluptuosa plenitu<strong>de</strong> da inspiração; a expiração é mais doce que a morte, mais rápida e<br />

risonha que uma carícia do próprio verme do Inferno! Pietro! por enquanto escreve... é<br />

melhor escrever palavras doces para os Reis! Seja qu<strong>em</strong> for.<br />

- É! T<strong>em</strong> razão – ele respon<strong>de</strong>u - Há ajuda e esperança <strong>em</strong> outros encantos. A<br />

Sabedoria <strong>de</strong> Alberto diz que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser fortes! Pod<strong>em</strong>os agüentar ardores <strong>de</strong> alegria.<br />

Pod<strong>em</strong>os refinar os êxtases! Mas é preciso exce<strong>de</strong>r! Exce<strong>de</strong>r! O encontro final será<br />

s<strong>em</strong>pre com a Morte.<br />

- Com a Morte?! – perguntei.<br />

- Sim! A Morte! Morte! Você <strong>de</strong>sejará ar<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente a morte. Mas a Morte será proibida<br />

para você.<br />

Quando ele terminou, olhei e vi que estavam dormindo, ressonando e isso me<br />

<strong>de</strong>ixou <strong>em</strong> estado <strong>de</strong> alerta pois acreditava piamente que era a voz <strong>de</strong> Pietro que dizia as<br />

últimas frases. Ele falara claramrne mas já não estava entre nós. Alguém falara por ele.<br />

Mas eles não estavam presentes. Cansados, dormiam a sono solto. Fui para perto <strong>de</strong><br />

Pietro <strong>de</strong> Ferrara e peguei seus apontamentos. Ali se escrevia claramente: “4 6 3 8 A<br />

B K 2 4 A L G M O R 3 Y X 2 4 8 9 R P S T O V A L” uma sucessão <strong>de</strong> letras e números.<br />

“O que significa isto?”, perguntei-me e pus-me a folhear as anotações. Encontrei dados<br />

interessantes, mas nada do que a mulher falara no lago. O texto era outro e dizia:<br />

“Levanta-te, pois nenhum há parecido a ti entre os homens ou Deuses! Levanta-te, ó<br />

meu profeta, tua estatura ultrapassará as estrelas. Eles adorarão o teu nome, quadrado,<br />

místico, maravilhoso, o número do hom<strong>em</strong>; e o nome <strong>de</strong> tua casa 418. O final do<br />

escon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Hadit; e bênção & adoração ao profeta da amável Estrela!”<br />

Claro estava que muito daquilo era incompreensível, se b<strong>em</strong> que eu me l<strong>em</strong>brava<br />

<strong>de</strong> que a mulher ruiva chamou Bernard <strong>de</strong> profeta, também. Todo aquele texto secreto<br />

me parecia digno <strong>de</strong> observação e terminava com as palavras “Abrahadabra; a<br />

recompensa <strong>de</strong> Ra Hoor Khut é vossa.”<br />

Abrahadabra s<strong>em</strong>pre foi uma palavra para <strong>de</strong>struição.<br />

OPUS 12<br />

Quatro meses se passavam, entrávamos no novo ano. As primeiras notícias, <strong>em</strong><br />

janeiro, que chegavam <strong>de</strong> longe, contavam histórias <strong>de</strong> duas hostes <strong>de</strong> guerreiros<br />

<strong>de</strong>sabalados pelos montes e charnecas. Uma das hostes exalava um pesado fedor por<br />

on<strong>de</strong> passava e acreditavam os povos que se tratavam <strong>de</strong> mortos ambulantes, incluindo<br />

suas montarias. A outra trazia <strong>em</strong> grita absurda pelos vales o nome <strong>de</strong> Calatin, que<br />

também chamavam irmão do Cão. Víbora. Assassino. Tinha a fama <strong>de</strong> invadir povoados e<br />

<strong>de</strong>struir tudo, levando as mulheres para prostituir e os garotos para a escravidão. Com<br />

mensageiros e outros auxílios tiv<strong>em</strong>os a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saber que Tomás estava <strong>em</strong><br />

Aquino, na casa paterna. Para lá fomos, então. Foi com ânimo redobrado e imensa<br />

alegria que o encontramos a ler, após sermos atendidos por seus serviçais e seus<br />

parentes. Tomás abriu os braços e nos recebeu a todos <strong>de</strong> uma única vez.<br />

- Que Deus esteja com todos vocês, meus caros. Discípulos <strong>de</strong> Alberto são meus irmãos.<br />

Como foram <strong>de</strong> viag<strong>em</strong>?<br />

As primeiras palavras transcorreram leves, nos apresentamos, falamos das<br />

últimas experiências; Tomás nos instou ao <strong>de</strong>scanso e na manhã seguinte, após as<br />

orações obrigatórias junto a seus parentes, Tomás nos recebeu na biblioteca. A família<br />

<strong>de</strong> barões tinha interesse na cultura sagrada e profana e ficamos abismados com as<br />

obras, manuscritas por doutos <strong>de</strong> todos os t<strong>em</strong>pos, expostas nas fortes armações <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira que eram as estantes da sala. Um pequeno fogo aquecia o ambiente.<br />

- Então os senhores não sab<strong>em</strong> on<strong>de</strong> o mestre se encontra? – ele perguntou.<br />

- Sim! É correto. Os braços da Santa Inquisição parec<strong>em</strong> se ampliar a cada dia. Dessa<br />

vez o alvo foi a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paris, on<strong>de</strong> você estudou – respondi.<br />

- On<strong>de</strong> tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer mestre Alberto.<br />

- Mas há notícias <strong>de</strong> que ele saiu <strong>de</strong> Erfurt na direção <strong>de</strong> Colônia. Lá ele ensina e funda<br />

classes.<br />

- Sei que os t<strong>em</strong>pos estão mudados – disse Aquino - quando estudava <strong>em</strong> Paris o<br />

gran<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a era Aristóteles, <strong>de</strong> cujo ensinamento setores da Igreja tentavam nos<br />

afastar.<br />

- Mas o nobre Tomás – dizia Pietro – também foi vítima <strong>de</strong> certa perseguição.<br />

- Sim. Os estudos sobre o conhecimento <strong>de</strong> Gregos e Árabes... um certo confronto com<br />

as posições Cristãs, o pensamento Aristotélico, enfim, trouxeram probl<strong>em</strong>as, mesmo que<br />

Coelho De Moraes 22

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