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BAR EM BAR: ATÉ O DIA 18, UM FESTIVAL DE ... - Roteiro Brasília

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22<br />

CLÁuDIO FERREIRA<br />

claudioferreira_64@hotmail.com A<br />

DOIS ESPRESSOS E A CONTA<br />

hora da “dolorosa”<br />

Depois de uma refeição farta ou de um período regado<br />

a bebida e petiscos, chega ela. os mais antigos ainda a<br />

chamam de “dolorosa”. pois é, a conta, seja no pé-sujo,<br />

seja no restaurante mais luxuoso, em geral marca o<br />

final da farra: é como cantar os parabéns em festa de<br />

aniversário de criança. por mais que o dono da festa<br />

insista, depois de soprar as velinhas, é hora de ir embora.<br />

no bar, a última esperança é a saideira.<br />

como pedir a conta sem ser mal-educado? É sempre<br />

um dilema. Em alguns restaurantes, é tarefa difícil fazer<br />

o garçom olhar para o cliente. Em outros, o atendimento<br />

é bate-e-pronto. Do inocente “psiu” ao gesto imitando<br />

uma caneta em um bloquinho, vale tudo para chamar<br />

a atenção dos atendentes.<br />

Há os clientes mais discretos, mas há os que fazem a<br />

mímica acompanhada de uma frase do tipo “a continha,<br />

por favor” ou “fecha pra gente”. Já disse uma dessas<br />

papisas da etiqueta que chique, mesmo, é estirar o braço<br />

pra cima e esperar que o garçom venha até a mesa.<br />

Mas, em alguns casos, o braço esticado pode sofrer...<br />

Quando a conta chega, a luta começa. primeiro,<br />

porque em alguns lugares ela ainda é manuscrita e as<br />

caligrafias nem sempre parecem familiares. Quanto maior<br />

a noitada, mais longa é a conta e mais difícil a conferência.<br />

se a mesa está cheia, o trabalho dobra. Já as contas<br />

impressas são mais organizadas.<br />

um drama é a divisão da conta. se todo mundo sai na<br />

mesma hora, o trabalho é decidir se a repartição vai ser<br />

individual, calculando-se o consumo de cada um ou por<br />

igual, independente do que se comeu ou bebeu. aí, quem<br />

só tomou refrigerante olha desconfiado para quem ficou<br />

na cerveja, ou o cara que pediu o prato de camarão quer<br />

socializar o custo – o benefício ficou só para ele.<br />

pior é fazer a divisão quando alguns já foram embora.<br />

Dependendo do teor alcoólico – não acredito em má-fé<br />

entre amigos – o cálculo sai errado e o que se deixa para<br />

contribuir com a conta total, em dinheiro ou cheque, é<br />

muito menos do que se consumiu. O prejuízo fica para os<br />

últimos. E nas comemorações, fica justamente para quem<br />

é o homenageado da festa.<br />

sonho com o dia em que as contas já virão divididas,<br />

como em outros países. o garçom abre contas separadas<br />

e cada um paga a sua no final, sem drama. Melhor do<br />

que ficar vigiando os risquinhos que os garçons fazem<br />

na comanda para ver se os chopes da conta correspondem<br />

à “sensação” de quem bebeu.<br />

algumas contas impressas já vêm com a divisão por<br />

pessoa. Mas há alguns inconvenientes. a gente nunca sabe<br />

se o cálculo incluiu ou não os 10 por cento. se não incluiu,<br />

toca a fazer conta de novo. Às vezes, a conta é dividida por<br />

menos gente do que está na mesa e a brincadeira é descobrir<br />

quem não foi considerado “pessoa” pelo sistema eletrônico.<br />

um ingrediente extra e recente para aumentar a<br />

confusão é a nota Legal. a maioria dos estabelecimentos<br />

só aceita um cpF por conta. De quem é a vez? Tira no<br />

palitinho. só que nem sempre a mesma turma sai junta<br />

e o revezamento fica difícil de cumprir. Uma dica: bom<br />

senso, para não perder a amizade e a companhia na<br />

próxima saída. o mesmo bom senso de quem precisar<br />

pedir dinheiro emprestado para “inteirar” o pagamento<br />

da conta – na noitada imediata, dinheiro trocado para<br />

devolver ao legítimo dono, por favor.

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