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BAR EM BAR: ATÉ O DIA 18, UM FESTIVAL DE ... - Roteiro Brasília

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astelo de Bragança,<br />

onstruído no<br />

éculo XII.<br />

40<br />

diário <strong>DE</strong> viagem<br />

Portugal medieval<br />

por súsan Faria<br />

colaborou marina ávila<br />

Portugal possui regiões belíssimas e<br />

isoladas, bem menos conhecidas<br />

do que as tradicionais rotas turísticas<br />

próximas a Lisboa. Apreciar a rústica<br />

natureza, os vilarejos e monumentos arquitetônicos<br />

medievais do Centro e Leste<br />

Transmontano, especialmente nas cercanias<br />

do Rio Douro, é desligar-se do mundo<br />

e entrar em sintonia com um passado<br />

remoto, que resiste, especialmente, nas<br />

muralhas, rochas, casas celtas, igrejas, castelos<br />

medievais e santuários locais.<br />

Navegar de barco pelo grandioso Douro,<br />

na divisa entre Portugal e Espanha, em<br />

silêncio, é conhecer um mundo distante,<br />

onde a contemplação da exuberante paisagem<br />

nos tranquiliza e nos equilibra. Fizemos<br />

parte da comitiva de jornalistas e promotores<br />

turísticos portugueses e estrangeiros<br />

que conheceu a região, dias 9, 10 e 11<br />

de outubro. A visita foi organizada pela<br />

Direção Regional de Cultura Norte e pela<br />

instituição Porto e Norte de Portugal.<br />

Na divisa entre o distrito de Bragança<br />

e Zamora, na Espanha, encontramos um<br />

povoado surgido na Idade Média, Miranda<br />

do Douro, com suas muralhas, porta<br />

falsa, castelos, torre e uma história de muitas<br />

batalhas. Habitada durante séculos<br />

por romanos, depois árabes, Miranda do<br />

Douro enfrentou tragédias como a explosão<br />

de 30 mil kg de pólvora no paiol da<br />

praça, com a morte de 400 pessoas, du-<br />

rante a Guerra dos Sete Anos (Guerra do<br />

Miradum, de 1756 a 1763, vencida pelos<br />

espanhóis).<br />

Na cidade, localizada na região de<br />

Trás-os-Montes, assistimos a “pauliteiros”<br />

com suas gaitas e instrumentos típicos, e<br />

percorremos de barco o Parque Natural<br />

Douro Internacional, cercado por rochas<br />

de 250 metros de altura. O ar puríssimo,<br />

as cegonhas negras, o poço das lontras,<br />

os graves cantos das aves, os pássaros<br />

em ninhos altos, o bosque das corujas,<br />

os patos, as plantas centenárias com<br />

raízes na rocha, os coelhos selvagens ou<br />

mesmo um santuário nas pedras, em boa<br />

parte dos 150 km do Douro, em nada recordam<br />

a civilização atual.<br />

Às margens do Douro, junto às rochas,<br />

ancestrais enfrentavam a natureza fazendo<br />

aterros de pedra e terra, para cultivar<br />

oliveiras, amendoeiras e laranjais, produzir<br />

mel e até improvisar pequenos pastos<br />

para cabras. No Século XVII, em meio<br />

aos blocos de rochas, corredeiras e gargantas,<br />

enfrentando a noite e o frio, o contrabando<br />

rolava solto no Douro, mas sempre<br />

à noite e praticado por homens de<br />

muita resistência física.<br />

Aventureiros montavam estacas ou<br />

cordas entre uma margem e outra do rio<br />

– com profundidade entre 22 e 80 metros<br />

– e transportavam café, açúcar e máquinas<br />

de costura Singer de Portugal para a Espanha<br />

e, na volta, tabaco para Portugal. Ou<br />

seja, produtos vindos das colônias e que<br />

garantiam a sobrevivência de moradores<br />

da região. Ainda hoje cultiva-se alimentos

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