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BAR EM BAR: ATÉ O DIA 18, UM FESTIVAL DE ... - Roteiro Brasília

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pontos estratégicos. Do alto do viaduto da<br />

rodoviária central, por exemplo.<br />

Os corpos de Gormley, que pesam<br />

630 quilos, já foram vistos em áreas urbanas<br />

de grande movimento, como o Vale<br />

do Anhangabaú, em São Paulo, ou no<br />

Largo da Candelária, no Rio de Janeiro.<br />

Como turistas que observam a cidade ou<br />

suicidas que ameaçam se atirar do alto<br />

de edifícios, eles interferem na paisagem<br />

humana e se tornam atores no meio urbano.<br />

Esta é a força maior do trabalho de<br />

Gormley, observável tanto nas ruas, em<br />

que os corpos dialogam com a população,<br />

quanto nos pavilhões e galerias do<br />

CCBB.<br />

Em <strong>Brasília</strong>, Gormley preferiu não<br />

instalar suas esculturas no alto de prédios,<br />

e apenas as espalhou em locais de<br />

circulação. Foi a forma que encontrou<br />

de dialogar com a cidade, que lhe chamou<br />

a atenção pelo posicionamento do<br />

horizonte, que se encontra no campo<br />

frontal de visão, no nível dos olhos do<br />

pedestre. Ele também preferiu não interferir<br />

na obra de Oscar Niemeyer, por<br />

considerar <strong>Brasília</strong> “uma escultura onde<br />

as pessoas vivem” – em meio a alienação<br />

e sofrimento, perdidas como formigas<br />

no espaço vazio. Em visita à cidade para<br />

a inauguração da exposição, Gormley reconheceu<br />

que <strong>Brasília</strong> evocou lembranças<br />

da Praça Vermelha, de Moscou, e de<br />

regiões de Varsóvia, projetadas de acordo<br />

com o fundamento socialista. Oscar<br />

Niemeyer, o comunista sobrevivente, deve<br />

ter gostado da comparação.<br />

O trabalho de Antony Gormley não<br />

se limita a corpos moldados em ferro<br />

fundido, embora sempre explore a tensão<br />

entre a matéria humana e o espaço<br />

que a envolve. Especificamente na mostra<br />

brasiliense, chamam a atenção obras<br />

como Breathing room IV, uma armação de<br />

tubos de alumínio que dramatizam a arquitetura,<br />

colocando o espectador dentro<br />

de uma mandala tridimensional que,<br />

em função dos efeitos de luz, provocam<br />

reações indescritíveis.<br />

Outro trabalho em exposto no CCBB<br />

é Amazonian field, que provoca um misto<br />

de encantamento e desconforto. São<br />

aproximadamente 24 mil pequenas esculturas<br />

em terracota, medindo entre quatro<br />

e 40 centímetros, representando formas<br />

corporais em que se destaca um irrepreensível<br />

olhar de questionamento. Cerca<br />

de <strong>18</strong> toneladas de terra foram trabalhadas<br />

pelo artista e 60 pessoas escolhidas<br />

em Porto Velho, Rondônia, durante sete<br />

dias, em 1992. A obra foi produzida originalmente<br />

para ser exposta na conferência<br />

ambiental Rio-92. Assim como acontece<br />

com os demais trabalhos de Antony<br />

Gormley, fica a sensação de que as figuras,<br />

que miram o espectador, lançam perguntas<br />

no ar. Aqui, não é a arte que leva<br />

o espectador a perguntar. A própria obra<br />

se antecipa e coloca as questões, cabendo<br />

a nós procurar as respostas.<br />

corpos presentes<br />

antony gormley<br />

ate 6/1/2013 no centro cultural banco<br />

do brasil. de 3ª a domingo, das 9 às 21h.<br />

entrada franca.<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

alexandre Loureiro<br />

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