BAR EM BAR: ATÉ O DIA 18, UM FESTIVAL DE ... - Roteiro Brasília
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às margens íngremes e rústicas do Douro.<br />
A navegação foi viabilizada a partir de<br />
1950, graças às barragens edificadas por<br />
Portugal e Espanha.<br />
A beleza da região não se restringe ao<br />
Rio Douro. Em Bragança e Vimioso, visitamos<br />
castelos e igrejas ornamentadas<br />
de ouro. Em Mogadouro, conhecemos a<br />
igreja românica de Algosinho e o Largo<br />
da Misericórdia, onde se encontra um<br />
castelo de 1297, ligado à Ordem dos<br />
Templários. No restaurante Lareira, nessa<br />
cidade a 200 km do Porto, pudemos<br />
apreciar pães com azeitonas e caldo verde<br />
de entrada, posta à mirandesa (400<br />
gramas de bife de vitela), cogumelos selvagens,<br />
salada, pastelão de batatas, vinho<br />
do Douro e charlotte al figo (sobremesa<br />
de gelatina com figo).<br />
Em Moncorvo, destaque para os edifícios<br />
dos séculos XVI, XVII e XVIII, de<br />
elevado valor patrimonial, e a Casa de<br />
Roda dos Expostos, onde foram deixados<br />
mais de quatro mil bebês pobres ou indesejados,<br />
cujos registros estão na Casa Municipal.<br />
Em Carrazeda de Ansiães, uma<br />
das mais antigas vilas de Portugal, conhecemos<br />
o Castelo de Ansiães, uma vila<br />
amuralhada com cinco mil anos de história,<br />
onde viveu uma população estimada<br />
em 200 habitantes. Na área fria e áspera,<br />
belas oliveiras e castanheiras e o cultivo de<br />
trigo, centeio, figos e amêndoas. Muitos<br />
dos caminhos para chegar a essas cidades<br />
foram rotas antigas dos peregrinos para<br />
Santiago de Compostela, na Espanha.<br />
Serra da Estrela<br />
A crise que afeta Portugal – com desemprego,<br />
farmácias de luto para não serem<br />
fechadas, protesto de estudantes e<br />
queda na qualidade de vida da classe média<br />
– praticamente não prejudicou nossa<br />
viagem. Ao contrário: os portugueses<br />
foram corteses e gentís o tempo todo. E<br />
a culinária, preciosa e farta.<br />
O que não pudemos fazer foi viajar<br />
para o centro de Portugal de trem, cujos<br />
condutores estavam em greve. Alugamos<br />
um carro e fomos de Lisboa a Seia. No<br />
caminho, avistamos montanhas, lagoas e<br />
vales cavados por rios e riachos que têm<br />
suas nascentes no alto da Serra da Estrela,<br />
com quase dois mil metros de altitude, o<br />
ponto mais alto de Portugal.<br />
Rota também única: as plantações de<br />
maçã, uva, marmelo e pêssego e pequenas<br />
aldeias e comércios, em estradinhas<br />
Castelo de Mogadouro, em Trás-os-Montes.<br />
bem conservadas, ao lado de precipícios.<br />
A fartura de frutas na região já foi tanta<br />
que os moradores davam maçãs aos porcos.<br />
Em Seia, com cinco mil habitantes,<br />
come-se bem, especialmente carne de porco,<br />
queijos variados, requeijão, azeite,<br />
pão de centeio e broa de milho, e bebe-se<br />
excelentes vinhos. A diária para casal em<br />
hotel quatro estrelas, com piscina, fica em<br />
torno de 50 euros. Um bom almoço, cerca<br />
de dez euros.<br />
Em Seia, assistimos ao XVIII Festival<br />
Internacional de Cinema Ambiental da<br />
Serra da Estrela (Cine Eco), no qual foram<br />
exibidos 36 filmes, selecionados entre<br />
mais de 300 inscritos, como os brasi-<br />
O passeio dos jornalistas pelo Rio Douro.<br />
leiros Paralelo 10, de Sílvio Da-Rin, Ribeirinhos<br />
do asfalto, de Jorane Castro, e Uma<br />
professora muito maluquinha, de André Pinto<br />
e César Rodrigues. “O tema do festival<br />
é muito atual, já que os problemas do<br />
meio-ambiente se agravam. O festival discute<br />
o meio ambiente daqui e de outros<br />
lugares do mundo”, destaca a atriz portuguesa<br />
Ana Brito e Cunha, uma das juradas<br />
do Cine Eco. Na cidade, belos monumentos,<br />
bom comércio e os Museus da<br />
Criança, da Eletricidade e do Pão.<br />
Na Serra da Estrela, a neve chega em<br />
novembro e o frio atinge 20 graus negativos<br />
em fevereiro e março. Com o passar<br />
dos anos, a neve moldou os rochedos da<br />
Fotos: nuno Gouveia<br />
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