Epigenética e nutrição - Nestlé
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conhecer<br />
por_Claudio Galperin<br />
https://www.nestle.com.br/nestlenutrisaude/<br />
<strong>Epigenética</strong><br />
e Nutrição<br />
Desafiando a noção de que nosso destino é governado pelos<br />
O cenário é recente. Ao redor de uma mesa, pesquisadores<br />
discutem apaixonadamente projetos de pesquisa que disputam financiamento<br />
para sua continuidade.<br />
No centro desta mesa há um frasco. É pouco provável que<br />
tenha escapado aos olhos de qualquer um, embora ninguém faça<br />
menção a ele. E, no fim do encontro, um dos presentes toma-o<br />
nas mãos e dispara: Este frasco contém DNA. Está sentado aqui<br />
há dois dias. Sabem o que ele fez? Nada!<br />
Quem conta, e se diverte com a história, é randy Jirtle, laureado<br />
professor da Duke University e um dos maiores expoentes<br />
no campo da epigenética.<br />
Para ele, assim como um computador, o genoma é impotente<br />
sem um software para lhe dizer como e no quê trabalhar.<br />
E, com os olhos brilhando, arremata que, coletivamente, o<br />
software dentro de cada um de nós é o que chama de epigenoma<br />
— elementos reguladores situados no topo (-epi) do DNA.<br />
Em uma era em que os genes possuem status de celebridade,<br />
Jirtle faz parte de um grupo cada vez maior de pesquisadores<br />
que desloca o DNA do centro das atenções para eleger o epigenoma<br />
como protagonista de um fascinante enredo.<br />
nossos genes<br />
Uma maior vulnerabilidade a influências ambientais faria<br />
do epigenoma o responsável por um contingente muito maior de<br />
doenças do que aquele provocado por alterações do DNA em si.<br />
Esta tese está dirigida àquela que, possivelmente, seja a mais<br />
relevante questão em ciências biológicas no presente: por que exibimos<br />
tamanha diferença em termos de susceptibilidade às doenças?<br />
Irmanada a ela há, ainda, uma segunda pergunta, transformada<br />
em argumento por epigeneticistas: como gêmeos idênticos<br />
podem exibir diferente susceptibilidade a doenças se a única<br />
variável é o código genético?<br />
Para esses profissionais, a resposta apoia-se na inferência<br />
de que, ao contrário do genoma, o epigenoma desses<br />
gêmeos não é idêntico.<br />
Argumentam que, mesmo dentro do útero, o epigenoma de<br />
um e de outro poderia sofrer influências ambientais distintas como,<br />
por exemplo, fluxo sanguineo placentário desigual. O que, em última<br />
análise, poderia levar a um diferente aporte de nutrientes.<br />
Existem bases sólidas para sustentar este raciocínio?