Epigenética e nutrição - Nestlé
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22 conhecer<br />
hiperfagia e compulsão alimentar, e à Síndrome de Angelman,<br />
marcada por baixa estatura, retardo mental severo, convulsões e<br />
uma característica fácies de “boneco feliz”.<br />
Durante anos, os genes foram considerados a única maneira<br />
para que características biológicas fossem transmitidas de<br />
uma geração para outra. Não mais...<br />
Desafiando nossa herança genética<br />
O aumento do número de publicações que tratam de epigené-<br />
tica é revelador da dimensão que este emergente ramo da ciência<br />
alcançou. Se entre 1990 e 2008 havia 55.000 trabalhos publicados<br />
sobre o tema, em 2009 apenas, tal número passava de 20.000.<br />
E, diante do fato de que é possível manipular marcadores<br />
epigenéticos em laboratório, novos programas passaram a ser<br />
financiados por institutos governamentais, principalmente nos<br />
EUA e na Europa.<br />
Com volume de investimento ainda tímido, quando comparado<br />
ao que já foi gasto com o Projeto Genoma, estas iniciativas<br />
começam a gerar seus primeiros frutos. Como o mapeamento de<br />
parte do epigenoma de células-tronco embrionárias e de fibroblastos,<br />
realizado pelo San Diego Epigenome Center em conjunto<br />
com o Salk Institute, ambos nos Estado Unidos, com verbas do<br />
National Institutes of Health (NIH).<br />
Sim, há pelo menos mais 208 linhagens de células do corpo<br />
humano esperando na fila, mas é um início. Da mesma forma,<br />
começam a surgir as primeiras drogas que parecem silenciar genes<br />
associados a doenças, como é o caso da azacitidina, usada<br />
no tratamento de pacientes com síndromes mielodisplásicas.<br />
Finalmente, o desenvolvimento de estratégias nutricionais para<br />
modular a expressão desses genes começa a ocupar papel de<br />
destaque na agenda das pesquisas em epigenética também.<br />
Um elefante na sala<br />
A crise econômica que atravessamos revela, como uma fra-<br />
tura exposta, o enorme grau de endividamento público acumulado,<br />
sobretudo pelos países industrializados do mundo.<br />
A respeito disso, há um tema subjacente, sobre o qual menos<br />
se fala, mas cujas consequências se anunciam cada vez<br />
mais desastrosas.<br />
O elefante na sala responde pelo binômio envelhecimento<br />
da população e custo progressivamente maior dos sistemas previdenciário<br />
e de saúde.<br />
Um sistema de saúde focado<br />
no tratamento de pessoas<br />
doentes precisa ser repensado<br />
em favor da prevenção<br />
Neste cenário, doenças crônicas, incluindo as que afetam<br />
o sistema cardiovascular, obesidade e diabetes, ocupam um perverso<br />
papel de destaque. São responsáveis por 60% de todos os<br />
óbitos, no Brasil e no mundo, com uma aceleração prevista para<br />
adicionais 17% nos próximos anos.<br />
De acordo com a consultoria PricewaterhouseCoopers, os gastos<br />
com o Sistema de Saúde nos Estados Unidos, em 2015, se elevarão<br />
de 15% para astronômicos 29% do Produto Interno Bruto (PIB).<br />
O cenário para países ditos emergentes não é diverso. Estima-se<br />
que nos próximos cinco anos os custos com o Sistema de<br />
Saúde atingirão a cifra de 500 bilhões de dólares na China, 300<br />
bilhões de dólares na Rússia e 200 bilhões de dólares na Índia.<br />
Em 2007, segundo dados do IBGE, este custo no Brasil já era de<br />
221 bilhões de reais.<br />
Em seu conjunto, estes dados nos confrontam com uma realidade<br />
tão incômoda quanto premente: um Sistema de Saúde focado<br />
no tratamento de pessoas doentes não é sustentável e precisa<br />
ser repensado drasticamente em favor de ações preventivas.<br />
Diante disso, não apenas as políticas de saúde pública devem<br />
passar por mudanças. Alguns conceitos que regem a indústria<br />
também.<br />
Necessidades específicas<br />
O cuidado personalizado de <strong>nutrição</strong> deve ser o primeiro<br />
passo para o desenvolvimento de uma efetiva política de prevenção.<br />
As palavras são de Peter Brabeck-Letmathe, Chairman da<br />
<strong>Nestlé</strong>, sublinhando aquela que é hoje uma das maiores prioridades<br />
da companhia: desenvolver produtos nutricionais que, de<br />
maneira customizada, impactem positivamente a história natural<br />
das doenças.