"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO
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- Estou certo, não estou, Andra<strong>de</strong>? Quan<strong>do</strong> você passou pelo Elite, preocupa<strong>do</strong> com a<br />
gente, trazen<strong>do</strong> um crachá e um envelope da Penitenciária <strong>de</strong> Segurança Máxima, eu só<br />
podia <strong>de</strong>sconfiar <strong>de</strong> uma fuga <strong>do</strong> Doutor Q.I., não é? E você tem razão: um plano como<br />
esse só po<strong>de</strong> mesmo ser coisa <strong>de</strong>le...<br />
- Doutor Q.I.? Quem é essa pessoa? - perguntou Morales.<br />
- Um gênio <strong>do</strong> mal, <strong>do</strong>utor - explicou Andra<strong>de</strong>, sem <strong>de</strong>smentir Chumbinho. - Alguém<br />
perfeitamente capaz <strong>de</strong> arquitetar uma barbarida<strong>de</strong> como essa, <strong>de</strong> lucrar com a morte <strong>de</strong><br />
milhões <strong>de</strong> inocentes!<br />
9. SEPARADOS NÃO SOMOS NINGUÉM<br />
O telefone da sala da Polícia Fe<strong>de</strong>ral tocou mais uma vez. - É para o senhor, <strong>de</strong>tetive<br />
Andra<strong>de</strong> - chamou um policial, esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-lhe o fone.<br />
Era <strong>do</strong> Ministério das Relações Exteriores. O governo americano estava envian<strong>do</strong> <strong>do</strong>is<br />
agentes <strong>do</strong> FBI para acompanhar as investigações.<br />
- Inferno! - praguejou Andra<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sligan<strong>do</strong> o telefone. Lá vêm esses gringos se meter com<br />
a gente! Eu já não tenho problemas <strong>de</strong> sobra?<br />
- Isso é normal, <strong>de</strong>tetive Andra<strong>de</strong> - tentou explicar o <strong>do</strong>utor Hector Morales. - O <strong>do</strong>utor<br />
Bartholomew Flanagan, um cidadão americano, está envolvi<strong>do</strong> no problema. É normal<br />
que nosso governo esteja preocupa<strong>do</strong>. Mas o senhor po<strong>de</strong> estar certo que os agentes <strong>do</strong><br />
FBI só vão acompanhar suas investigações. Tenho certeza que só vão ajudar. O <strong>do</strong>utor<br />
Bartholomew Flanagan é uma personalida<strong>de</strong> muito importante. Espero que o senhor<br />
<strong>de</strong>scubra logo para on<strong>de</strong> o levaram. Espero que o senhor e os seus policiais possam<br />
salvar sua vida. É uma vida importante para toda a humanida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>tetive Andra<strong>de</strong>.<br />
- E a vida da minha professora? - interrompeu Magrí.<br />
O <strong>do</strong>utor Morales aproximou-se da menina e, paternalmente, acariciou seu rosto com uma<br />
mão quente e <strong>de</strong>licada.<br />
- Oh, menina, sua professora vai ficar boa! A Drug Enforcement sente-se responsável por<br />
tu<strong>do</strong> o que aconteceu. Já <strong>de</strong>i or<strong>de</strong>ns para que uma equipe médica da melhor qualida<strong>de</strong><br />
assuma o tratamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>na Iolanda. Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar. Todas as <strong>de</strong>spesas correrão por<br />
conta da Drug Enforcement. Sua professora está em boas mãos...<br />
O diretor da Drug Enforcement era um homem calmo, seguro, carinhoso. Não se parecia<br />
nada com a imagem fria e impessoal que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> faz <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s executivos. Suas<br />
palavras confortavam o coração <strong>de</strong> Magrí. A menina aceitou a carícia no rosto, como se o<br />
americano fosse um tio.<br />
O <strong>de</strong>tetive Andra<strong>de</strong> aproximou-se <strong>do</strong>s três.<br />
- Ah, meninos! Estou aqui falan<strong>do</strong> e envolven<strong>do</strong> vocês ainda mais nesse tumulto. Vocês<br />
não têm nada com isso. Devem estar exaustos. Ainda mais você, Magrí, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma<br />
viagem tão longa e <strong>de</strong> tanta confusão. Vou chamar uma viatura para levá-los para casa,<br />
em segurança. O melhor que têm a fazer é tomar um banho e esquecer tu<strong>do</strong> isso. Po<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>ixar os problemas comigo.<br />
Enquanto esperavam pela viatura, Magrí, com um olhar, chamou Chumbinho para perto<br />
da janela da sala da Polícia Fe<strong>de</strong>ral. Debruça<strong>do</strong>s no parapeito, falan<strong>do</strong> muito baixo, os<br />
<strong>do</strong>is Karas podiam conversar.<br />
- O Doutor Q.I., Chumbinho! Fomos nós que acabamos com o plano sinistro <strong>de</strong>le, no caso<br />
<strong>do</strong>s seqüestros <strong>de</strong> estudantes. Estava na ca<strong>de</strong>ia por nossa causa. Agora, no mínimo, ele<br />
vai querer nossas cabeças numa ban<strong>de</strong>ja! Precisamos <strong>de</strong> uma reunião <strong>de</strong> emergência<br />
máxima <strong>do</strong>s Karas, imediatamente!<br />
Chumbinho falou entre <strong>de</strong>ntes, com raiva e <strong>de</strong>cepção na voz: - Os Karas não existem<br />
mais, Magrí...<br />
- O quê?! O que você está dizen<strong>do</strong>, Chumbinho?<br />
Com os olhos vermelhos, conten<strong>do</strong>-se para não chorar, Chumbinho relatou to<strong>do</strong>s os