17.04.2013 Views

"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Os outros... bom, os outros parece que ficaram malucos..<br />

- Ficaram malucos? O que você quer dizer com isso?<br />

- Nada, Andra<strong>de</strong>. Brinca<strong>de</strong>ira...<br />

O <strong>de</strong>tetive fez uma pausa, sem saber como continuar. Chumbinho não aju<strong>do</strong>u em nada.<br />

Olhava o amigo, com sua melhor expressão <strong>de</strong> ingenuida<strong>de</strong>.<br />

- Mas está tu<strong>do</strong> bem mesmo?<br />

Andra<strong>de</strong> que se revelasse. Porque, que havia alguma coisa no ar, isso havia.<br />

- Está. Por que não haveria <strong>de</strong> estar?<br />

- Nada, Chumbinho. Só estou perguntan<strong>do</strong>... Não apareceu ninguém por aqui?<br />

- Sei lá. Quem <strong>de</strong>veria aparecer?<br />

- Deveria? Ninguém <strong>de</strong>veria. Hum... Estou falan<strong>do</strong> assim, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, porque<br />

vocês vivem se meten<strong>do</strong> em encrencas. Se alguma coisa estranha acontecer, eu quero<br />

que vocês me façam saber imediatamente.<br />

Os olhos <strong>de</strong> Chumbinho passaram por to<strong>do</strong> o interior <strong>do</strong> carro, em busca <strong>de</strong> alguma pista<br />

que justificasse o estranho comportamento <strong>do</strong> amigo <strong>de</strong>tetive. No banco <strong>de</strong> trás, havia um<br />

gran<strong>de</strong> envelope timbra<strong>do</strong> da Penitenciária Estadual <strong>de</strong> Segurança Máxima. Para<br />

completar o quadro, notou que o <strong>de</strong>tetive esquecera <strong>de</strong> tirar um crachá da lapela. E lá<br />

também estava escrito o nome da penitenciária. Muito bem. Andra<strong>de</strong> estivera lá, e <strong>de</strong> lá<br />

viera direto para o Elite. Por quê?<br />

- Está bem, Andra<strong>de</strong>. Está tu<strong>do</strong> bem por aqui.<br />

Chumbinho disfarçou, riu, mostrou-se "menino", para <strong>de</strong>ixar Andra<strong>de</strong> mais à vonta<strong>de</strong> e, <strong>de</strong><br />

repente, com a carinha mais inocente <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, perguntou:<br />

- Puxa, Andra<strong>de</strong>! Estou me lembran<strong>do</strong> agora <strong>do</strong> Doutor Q.I. O que será que ele anda<br />

pensan<strong>do</strong> lá, na Penitenciária <strong>de</strong> Segurança Máxima?<br />

- Ué... Quem lhe falou da Penitenciária <strong>de</strong> Segurança Máxima?<br />

- É lá que está preso o Doutor Q.I., não é?<br />

- O Doutor Q.I.? Está preso lá? Nem sei...<br />

- Daquela penitenciária nunca ninguém fugiu, não é?<br />

- Fugir <strong>de</strong> lá? Ora, essa é boa! Nem as moscas conseguem sair daquela fortaleza <strong>de</strong><br />

concreto e aço. Tu<strong>do</strong> eletrifica<strong>do</strong>, computa<strong>do</strong>riza<strong>do</strong> e automatiza<strong>do</strong>. Aquilo é à prova <strong>de</strong><br />

fuga. Nem pense que o Doutor Q.I. conseguiria fugir <strong>de</strong> lá.<br />

- Ué... você não disse que não sabia se o Doutor Q.I. estava ou não preso lá?<br />

- E não sei mesmo! O que eu quis dizer é que, se ele estivesse, nunca conseguiria fugir!<br />

Aquilo é como um verda<strong>de</strong>iro abrigo contra bomba atômica!<br />

Então era isso! O <strong>de</strong>tetive tentava escon<strong>de</strong>r alguma coisa. Alguma coisa importante e que<br />

tinha que ver com os Karas. Senão, por que teria vin<strong>do</strong> ao Elite ainda com o crachá e com<br />

um gran<strong>de</strong> envelope da penitenciária no banco <strong>de</strong> trás <strong>do</strong> carro? O que conteria o<br />

envelope? A ficha <strong>do</strong> Doutor Q.I.?<br />

- Se o Doutor Q.I. fugisse da prisão, você nos contaria, não é, Andra<strong>de</strong>?<br />

O gor<strong>do</strong> <strong>de</strong>tetive agarrou o volante com raiva e ligou novamente o carro.<br />

- Chumbinho, não se preocupe. Ele não faria nada contra vocês. Eu juro que não faria. Eu<br />

estou <strong>de</strong> olho. Ele não conseguiria nem se aproximar <strong>de</strong> vocês!<br />

Andra<strong>de</strong> estava nervoso <strong>de</strong>mais. "Faria", "conseguiria". . O menino estava certo <strong>de</strong> que<br />

não era para acreditar naqueles condicionais. O maldito Doutor Q.I. tinha fugi<strong>do</strong> da prisão,<br />

só podia ser isso! Andra<strong>de</strong> viera direto ao Elite porque havia perigo. Perigo <strong>de</strong> vingança<br />

contra os Karas.<br />

Quan<strong>do</strong> Chumbinho viu o carro <strong>do</strong> <strong>de</strong>tetive distanciar-se, já tinha resolvi<strong>do</strong> o que fazer.<br />

"Preciso da Magrí. Com o Doutor Q.I. à solta, os Karas estão em perigo”.<br />

Em uma folha da sua agenda <strong>de</strong> bolso, rabiscou o telegrama em código e correu para a<br />

agência <strong>do</strong> correio.<br />

***

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!