17.04.2013 Views

"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

naquele momento.<br />

Chumbinho tremia, antecipan<strong>do</strong> a emoção. Para ele, todas as aventuras arriscadíssimas<br />

em que os Karas haviam se envolvi<strong>do</strong> já eram passa<strong>do</strong>. Ele precisava <strong>de</strong> mais uma.<br />

Decidi<strong>do</strong>, Miguel sentou-se, fechan<strong>do</strong> a rodinha sob a luz que se coava pelas telhas <strong>de</strong><br />

vidro.<br />

- Pessoal - começou ele, sem usar a palavra "Karas" -, a junta diretora <strong>do</strong> Elite vai <strong>de</strong>mitir<br />

a professora <strong>de</strong> inglês. Como presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> grêmio <strong>do</strong> colégio, vou abrir um abaixoassina<strong>do</strong><br />

para pedir que...<br />

Calú interrompeu:<br />

- E o que têm os Karas a ver com o seu maldito abaixo-assina<strong>do</strong>?<br />

Miguel continuou, ignoran<strong>do</strong> a interrupção:<br />

...para pedir que a professora não seja <strong>de</strong>mitida. Os Karas têm uma missão. Precisamos<br />

preparar os colegas, para que o abaixo-assina<strong>do</strong> tenha o maior número <strong>de</strong> assinaturas<br />

possível.<br />

- É assim, é? - perguntou Calú, com <strong>de</strong>slavada ironia na voz.<br />

- É assim o quê?<br />

- Olhe aqui, Miguel, já estou cheio <strong>de</strong>ssa sua mania <strong>de</strong> mandar. A gente não <strong>de</strong>via discutir<br />

o assunto primeiro? Descobrir por que a diretoria quer <strong>de</strong>mitir a professora?<br />

- Olhe aqui você, Calú! - Miguel falou com dureza, sem encarar o amigo. - O presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>do</strong> grêmio <strong>do</strong> Colégio Elite sou eu e pronto. E eu sei que a professora <strong>de</strong> inglês...<br />

- Ah, ah! - cortou Calú. - Você sabe tuuuu<strong>do</strong> mesmo! E nós não passamos <strong>de</strong> cretinos que<br />

estamos aqui para fazer o que você manda, como carneirinhos! Belo grupo o nosso!<br />

Miguel percebeu na hora. Calú viera à reunião disposto a fazer exatamente o que Miguel<br />

queria fazer. Sua <strong>de</strong>cisão tinha um a<strong>de</strong>pto.<br />

- Ora, Calú, vê se cala a boca! Crânio pulou:<br />

- Que negócio é esse <strong>de</strong> "cala a boca”?. Eu também já estou cheio <strong>de</strong>sse seu nariz<br />

empina<strong>do</strong>! Cale a boca você!<br />

Calú piorou o clima ainda mais:<br />

- Não se meta na conversa, Crânio! Eu também já estou cheio <strong>de</strong>sse seu arzinho <strong>de</strong><br />

gênio, meti<strong>do</strong> a saber mais que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>!<br />

- Ah, é? E você, com esse jeito <strong>de</strong> galãzinho <strong>de</strong> novela? O que você está pensan<strong>do</strong>?<br />

Pensa que po<strong>de</strong> com uma garota <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> só porque a mamãe acha você o garotinho<br />

mais gostoso <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>?<br />

- Olha aqui, Crânio! Não bota a mãe no meio!<br />

Chumbinho, <strong>de</strong> boca aberta, não conseguia enten<strong>de</strong>r o que estava acontecen<strong>do</strong>:<br />

- Ei, Karas! Que história é essa? Miguel entrou com tu<strong>do</strong>:<br />

- Karas, ah! Mas que besteira essa <strong>de</strong> "Karas"! Não sei on<strong>de</strong> estava com a cabeça<br />

quan<strong>do</strong> inventei <strong>de</strong> criar essa maluquice! Isso é coisa <strong>de</strong> criança!<br />

Chumbinho pulou:<br />

- O quê?! Lutar contra o Doutor Q.I., contra a Máfia, contra os neonazistas, foi tu<strong>do</strong> coisa<br />

<strong>de</strong> criança?! Você está queren<strong>do</strong> me gozar, Miguel?<br />

- Desculpe, Chumbinho, mas procure me enten<strong>de</strong>r - Miguel escolhia cada palavra. Não<br />

podia ferir aquele amigo. Aquele fantástico Chumbinho. - A gente tem <strong>de</strong> crescer um dia.<br />

Não dá mais para ficar brincan<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tetive...<br />

- Brincan<strong>do</strong>?! - Chumbinho per<strong>de</strong>u a calma. - Eu te conheço, Miguel. O que está<br />

acontecen<strong>do</strong>, hein?<br />

Miguel levantou-se.<br />

- Já me enchi, Chumbinho. Estou fora <strong>do</strong>s Karas.<br />

- Fora <strong>do</strong>s Karas?! O que você está dizen<strong>do</strong>, Miguel? Você não po<strong>de</strong> fazer isso! Ainda<br />

mais agora, que Magrí não está no Brasil. O que ela vai pensar?<br />

O nome <strong>de</strong> Magrí fez Miguel encarar um a um os três amigos. - Se vocês quiserem, que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!