"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO
"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO
"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
- Lembro perfeitamente das palavras <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, repetin<strong>do</strong> o diretor da penitenciária:<br />
"Daquela prisão só se sai pela porta da frente, com um manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> soltura". Como<br />
nenhum <strong>do</strong>s homens que está lá po<strong>de</strong>rá ser solto antes <strong>de</strong> mais ou menos cinqüenta<br />
anos, a única maneira <strong>de</strong> sair é através <strong>de</strong> um ofício <strong>de</strong> transferência para outra<br />
penitenciária.<br />
- Bem, pelo menos po<strong>de</strong>mos estar certos <strong>de</strong> que o Doutor Q.I. nem foi solto nem<br />
transferi<strong>do</strong> - disse Magrí.<br />
Crânio sorriu:<br />
- Assim, Karas, o problema fica mais fácil...<br />
- Mais fácil? Como?<br />
- Até agora só temos pistas mostran<strong>do</strong> que o Doutor Q.I. não fugiu da penitenciária, não<br />
é? Então, se a lógica vale alguma coisa, a conclusão é uma só.<br />
- Qual?<br />
- O Doutor Q.I. não fugiu da penitenciária, ora essa! Os outros Karas entreolharam-se.<br />
- Crânio, ficou maluco? O que você quer dizer com isso?<br />
- Acho que já entendi aon<strong>de</strong> Crânio quer chegar: o Doutor Q.I. está fazen<strong>do</strong> a gente <strong>de</strong><br />
idiotas - concluiu Miguel. - Não sei como, mas está. Não adianta especular agora.<br />
Precisamos novamente <strong>do</strong> Andra<strong>de</strong>. Ele vai ter <strong>de</strong> dar um jeito <strong>de</strong> nos levar até a<br />
Penitenciária Estadual <strong>de</strong> Segurança Máxima!<br />
- Qual é o seu plano, Miguel?<br />
- É possível que naquela penitenciária haja algum prisioneiro que, por influência <strong>do</strong> Doutor<br />
Q.I., conheça a nossa cara.<br />
- E daí?<br />
- Daí, Calú, precisamos <strong>do</strong>s seus serviços <strong>de</strong> maquilagem...<br />
***<br />
O furor informativo da imprensa foi realimenta<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>na Iolanda.<br />
Agora, eram três os <strong>de</strong>sapareci<strong>do</strong>s.<br />
- Um bilhão <strong>de</strong> dólares! - berravam as manchetes. - Os bandi<strong>do</strong>s querem um bilhão <strong>de</strong><br />
dólares para <strong>de</strong>volver a <strong>Droga</strong> <strong>do</strong> Amor e o <strong>do</strong>utor Bartholomew Flanagan. E quanto aos<br />
outros <strong>do</strong>is? Será que os seqüestra<strong>do</strong>res também vão pedir resgate pela professora ferida<br />
e pelo menino Chumbinho? Ou vão simplesmente livrar-se <strong>de</strong>les? A polícia, até agora,<br />
nada conseguiu apurar <strong>de</strong> concreto...<br />
***<br />
Magrí estava pronta para a visita à Penitenciária <strong>de</strong> Segurança Máxima. Numa mochila,<br />
colocou o vesti<strong>do</strong> velho e os enchimentos que Calú pedira, para completar o disfarce que<br />
ele planejava para ela.<br />
Ao mexer no armário, lá estava a bolsa <strong>de</strong> <strong>do</strong>na Iolanda, que ela trouxera para casa, no<br />
dia <strong>do</strong> seqüestro <strong>do</strong> cientista americano. "A bolsa...", pensava a menina. "Será que..."<br />
Uma idéia começava a nascer. Ainda não estava clara mas. . . ,Magrí levou a bolsa na<br />
mochila.<br />
***<br />
Na direção <strong>do</strong> fusquinha, novamente lota<strong>do</strong> pelos quatro a<strong>do</strong>lescentes, Andra<strong>de</strong> estava<br />
quase fora <strong>de</strong> si:<br />
- Levar esses garotos à Penitenciária <strong>de</strong> Segurança Máxima! Não sei on<strong>de</strong> eu an<strong>do</strong> com a<br />
cabeça para aceitar as maluquices <strong>de</strong> vocês...<br />
Um carro da polícia os acompanhava, trazen<strong>do</strong> também os <strong>do</strong>is agentes <strong>do</strong> FBI, o <strong>do</strong>utor<br />
Hector Morales e a intérprete. O presi<strong>de</strong>nte para a América Latina da Drug Enforcement<br />
tinha si<strong>do</strong> chama<strong>do</strong> a participar daquela fase da investigação. Ele era o único que po<strong>de</strong>ria<br />
ajudar com os <strong>de</strong>talhes técnicos da <strong>Droga</strong> <strong>do</strong> Amor e com o conhecimento que possuía<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong>utor Bartholomew Flanagan.<br />
No fusquinha, os quatro Karas estavam irreconhecíveis. Com pequenos toques, Calú