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"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

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- Por favor, Andra<strong>de</strong>. Por favor!<br />

Andra<strong>de</strong> fez um gesto com a cabeça em direção ao diretor, autorizan<strong>do</strong> mais aquela<br />

irregularida<strong>de</strong> na rotina da penitenciária. - Man<strong>de</strong> trazer o visitante misterioso até aqui,<br />

diretor.<br />

O diretor estava dan<strong>do</strong> as or<strong>de</strong>ns para que revistassem direitinho o tal sujeito, antes <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ixá-lo entrar, quan<strong>do</strong> o agente Patrick Lockwood voltou à sala <strong>de</strong> interrogatórios. Trazia<br />

um papel <strong>de</strong> fax nas mãos. Esten<strong>de</strong>u-o para Andra<strong>de</strong>.<br />

- Here you are, <strong>de</strong>tective. There are some samples of Doctor Flanagan's signature...<br />

Andra<strong>de</strong> pegou o papel, passou-lhe os olhos e entregou-o para Magrí.<br />

A menina olhou <strong>de</strong>tidamente o papel <strong>de</strong> fax. Abriu a mochila e tirou <strong>de</strong> lá uma agenda.<br />

Abriu-a e colocou o papel <strong>de</strong> fax ao la<strong>do</strong>, comparan<strong>do</strong> alguma coisa.<br />

Sua carinha iluminou-se. E foi com o sorriso mais lin<strong>do</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que a menina levantou<br />

o rosto e encarou a to<strong>do</strong>s:<br />

- Gente, acho que resolvi o caso!<br />

21. UM DESFECHO COM SOL E PRAIA<br />

Aquilo era <strong>de</strong>mais para os agentes <strong>do</strong> FBI e para o diretor da Penitenciária <strong>de</strong> Segurança<br />

Máxima.<br />

Para a intérprete, a história estava se tornan<strong>do</strong> fascinante e a mulher assistia a tu<strong>do</strong> como<br />

se estivesse diante da tevê. Normalmente, ela só traduzia encontros chatos entre<br />

executivos. Era a primeira vez que ela estava participan<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma reunião tão<br />

emocionante.<br />

Para Andra<strong>de</strong>, porém, a surpresa era menor. Ele sabia <strong>do</strong> que era capaz aquela menina<br />

magrinha, <strong>de</strong> rosto lin<strong>do</strong>.<br />

Com a folha <strong>de</strong> fax sobre a agenda aberta, Magrí sacudia o braço.<br />

- Era disso que eu precisava. Des<strong>de</strong> hoje à tar<strong>de</strong> tinha uma coisa na minha cabeça que<br />

me incomodava. Eu me lembrei da conversa que ouvi no avião entre os <strong>do</strong>is cientistas da<br />

Drug Enforcement. Lembro-me que o <strong>do</strong>utor Bartholomew Flanagan falava para o <strong>do</strong>utor<br />

Hector Morales que odiava praia e calor, não gostava <strong>de</strong> sol, nem <strong>de</strong> areia. Era um<br />

homem da cida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>testava sujeira. Lembra-se <strong>de</strong>ssa conversa, <strong>do</strong>utor<br />

Morales?<br />

O porto-riquenho americano sorriu:<br />

- Não, acho que não. Num vôo, conversa-se <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>. Como é que eu vou me lembrar <strong>de</strong><br />

pequenos <strong>de</strong>talhes?<br />

- Eu tenho mania por <strong>de</strong>talhes, <strong>do</strong>utor Morales - continuou Magrí. - Mas não pensei nessa<br />

conversa quan<strong>do</strong> vi as fotos <strong>do</strong> <strong>do</strong>utor Bartholomew Flanagan que os agentes <strong>do</strong> FBI<br />

trouxeram.<br />

Foi até a mesa, on<strong>de</strong> tinha <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> o envelope, e exibiu as fotos para to<strong>do</strong>s.<br />

- Vejam. O que está nestas fotografias? O que vocês vêem nelas? Um homem sorri<strong>de</strong>nte,<br />

<strong>de</strong> bermudas e camisa colorida, sempre em praias, sempre procuran<strong>do</strong> o verão, não é?<br />

Um ex-surfista, que mora em Malibu, e passa as férias em Acapulco, na Flórida e no<br />

Havaí. Estão ven<strong>do</strong>? Estas fotos po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong> um homem "da cida<strong>de</strong>", que <strong>de</strong>testa<br />

praia, sol, calor e areia?<br />

O emu<strong>de</strong>cimento foi geral. O que Magrí mostrara parecia incontestável, mas o <strong>do</strong>utor<br />

Hector Morales sorriu, con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, com carinho.<br />

- Muito bem, menina. Tu<strong>do</strong> isso pareceria perfeito se a realida<strong>de</strong> não fosse como ela é.<br />

Eu conheço o <strong>do</strong>utor Bartholomew Flanagan há muitos anos. Eu sei e to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> sabe<br />

que ele <strong>de</strong>testa as cida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s, o<strong>de</strong>ia andar <strong>de</strong> gravata. O que ele gosta é da<br />

natureza, <strong>do</strong> sol e das praias. Assim é o <strong>do</strong>utor Flanagan. Essa história <strong>de</strong> que ele <strong>de</strong>testa<br />

praia e sol não faz o menor senti<strong>do</strong>!<br />

- Eu o ouvi conversan<strong>do</strong> com o senhor, <strong>do</strong>utor Morales. E ele falava exatamente o que eu

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