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"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

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uma paciente po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>saparecer assim, durante apenas os poucos minutos que Magrí<br />

levara para contar o que tinha <strong>de</strong>scoberto no hospital?<br />

- Para o escon<strong>de</strong>rijo, Karas! - <strong>de</strong>cidiu Miguel, quan<strong>do</strong> ficaram sozinhos. - Vamos em táxis<br />

separa<strong>do</strong>s. Não quero que ninguém no Elite nos veja chegan<strong>do</strong> juntos.<br />

Magrí, exausta, com o vesti<strong>do</strong> sujo <strong>de</strong> arrastar-se pelas pare<strong>de</strong>s <strong>do</strong> hospital, <strong>de</strong>u uma<br />

rápida passada em casa para um banho e roupas limpas.<br />

***<br />

Numa esquina, na periferia da cida<strong>de</strong>, uma mulher esperava que um orelhão fosse<br />

<strong>de</strong>socupa<strong>do</strong>. Tinha <strong>de</strong> ligar para o mari<strong>do</strong> e estava com pressa.<br />

Quan<strong>do</strong> viu quem estava ao telefone público, fez uma expressão <strong>de</strong> nojo:<br />

"Nossa! Que anão horroroso!"<br />

***<br />

Reuni<strong>do</strong>s no escon<strong>de</strong>rijo secreto, os Karas estavam <strong>de</strong>sola<strong>do</strong>s. - Nada! Não conseguimos<br />

nada! - lamentava-se Calú. - E ainda per<strong>de</strong>mos <strong>do</strong>na Iolanda...<br />

Magrí sentia-se ainda pior <strong>do</strong> que os outros.<br />

- A culpa é minha, Crânio. Se eu não tivesse me meti<strong>do</strong> lá no quarto <strong>de</strong>la e troca<strong>do</strong> os<br />

soros, ela ainda estaria lá. E Andra<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria protegê-la...<br />

- Ora, Magrí... O que é isso? Se você não tivesse entra<strong>do</strong> lá, nós nem saberíamos que<br />

<strong>do</strong>na Iolanda precisava <strong>de</strong> proteção especial. Você não tem culpa nenhuma. Nós já<br />

sabemos que...<br />

- O que sabemos é uma verda<strong>de</strong>ira bagunça! - reclamou Calú. - Cada coisa que<br />

acontece! Tenho certeza que aqueles <strong>do</strong>is que ficavam o tempo to<strong>do</strong> <strong>de</strong> pé, ao la<strong>do</strong><br />

daquele carro escuro, são da quadrilha.<br />

- Pareciam até sentinelas! - reforçou Miguel.<br />

- E tem também o tal anão... - lembrou Crânio.<br />

- Que anão? - perguntou Miguel.<br />

- Um sujeitinho horroroso, que eu vi <strong>de</strong> relance, perto <strong>do</strong> hospital. Sinistro, suspeito<br />

<strong>de</strong>mais. Desapareceu <strong>de</strong> repente, como se não quisesse ser visto. Não sei por quê, mas<br />

garanto que ele é o chefe <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o esquema...<br />

- Ora, Crânio! Quer dizer que o Doutor Q.I. encolheu? brincou Magrí. - O chefe <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o<br />

esquema só po<strong>de</strong> ser o Doutor Q.I. !<br />

Calú não queria saber <strong>de</strong> anões. Ali faltava um <strong>do</strong>s Karas e ele não podia conformar-se<br />

com isso:<br />

- E Chumbinho, então? Até agora não encontramos nem um traço <strong>de</strong> Chumbinho...<br />

Miguel, sério, interrompeu:<br />

- Não temos tempo para chora<strong>de</strong>iras, Karas. Cabeça erguida. Conseguimos alguma coisa<br />

sim. E vamos nos agarrar ao que conseguimos. Magrí, repita o que ouviu <strong>de</strong> <strong>do</strong>na<br />

Iolanda.<br />

- Ela disse claramente: "Ele apontou para mim. Ele man<strong>do</strong>u atirar em mim. No<br />

aeroporto..."<br />

- Ele! - por um triz, Calú quase levantou a voz, esquecen<strong>do</strong>-se da segurança <strong>do</strong><br />

escon<strong>de</strong>rijo secreto. - Quem é esse "ele"? Será que o Doutor Q.I. estava no aeroporto e<br />

man<strong>do</strong>u atirar na professora? Mas por que ele faria isso?<br />

- Não vamos per<strong>de</strong>r o fio da meada, Karas - retomou Miguel. - Vamos voltar ao que<br />

informou Andra<strong>de</strong>. Tem uma coisa que me intriga. Ele disse que, por mais que<br />

procurassem, não foi possível <strong>de</strong>scobrir como o Doutor Q.I. fugiu da Penitenciária <strong>de</strong><br />

Segurança Máxima. Só sabem que ele não está lá. Isso não é estranho? Aquela<br />

penitenciária tem esquemas contra fugas tão sofistica<strong>do</strong>s que, se alguém conseguisse<br />

neutralizá-los, na certa ficariam traços óbvios <strong>de</strong>ssa fuga, como portas serradas, fios<br />

corta<strong>do</strong>s e coisas assim!<br />

Calú seguia o raciocínio <strong>de</strong> Miguel:

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