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"A Droga do Amor" de Pedro Bandeira - IFTO

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"Mais um crime..."<br />

Magrí colou a boca ao ouvi<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>na Iolanda: - Dona Iolanda, sou eu, Magrí.<br />

Com um fio <strong>de</strong> voz, a professora falou: - Magrí...<br />

- Fique quieta, <strong>do</strong>na Iolanda. Por favor, fique quieta. Você está me enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>?<br />

-... sim...<br />

- Ouça: você foi anestesiada, mas está bem. Seu ferimento é superficial. Tem <strong>de</strong> ficar<br />

quieta, como se ainda estivesse sem senti<strong>do</strong>s. Isso é fundamental. Você está corren<strong>do</strong><br />

perigo, mas, em meia hora, eu vou tirar você daqui. Está me enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>? Se alguém<br />

entrar nesse quarto, finja que ainda está <strong>de</strong>sacordada!<br />

A mão da professora apertou um pouco mais a mãozinha <strong>de</strong> Magrí :<br />

- Magrí... Ele... ele apontou para mim... ele man<strong>do</strong>u atirar... Em mim...<br />

- Ele? Quem é ele?<br />

- No aeroporto... ele é...<br />

Um ruí<strong>do</strong>.<br />

Alguém começara a girar a maçaneta da porta <strong>do</strong> quarto <strong>de</strong> <strong>do</strong>na Iolanda.<br />

***<br />

Aos poucos, o <strong>de</strong>tetive Andra<strong>de</strong> foi recuperan<strong>do</strong> a cor <strong>do</strong> rosto. Queixava-se, quase<br />

choramingan<strong>do</strong>.<br />

- Vocês são loucos! Malucos! O que aquela menina foi fazer? E se ela caísse lá <strong>de</strong> cima?<br />

Vocês estão completamente alucina<strong>do</strong>s... Querem me matar <strong>do</strong> coração...<br />

- Não se preocupe, Andra<strong>de</strong> - acalmava Calú. - Magrí é campeã <strong>de</strong> ginástica olímpica. Ela<br />

sabe o que faz. Você po<strong>de</strong> não acreditar, mas ela não corria nenhum perigo, andan<strong>do</strong><br />

pela fachada <strong>do</strong> prédio.<br />

- Loucos... to<strong>do</strong>s loucos...<br />

- Está na hora - lembrou Miguel. - Crânio, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o plano, você tem <strong>de</strong> estar atrás<br />

<strong>do</strong> hospital, na viela, em cinco minutos. Fique lá e, se houver alguma coisa errada, avise<br />

Magrí com os <strong>do</strong>is assobios combina<strong>do</strong>s. Calú, fique na entrada da viela. Não perca<br />

tempo avalian<strong>do</strong> nada: se alguma coisa parecer suspeita, avise com os assobios para<br />

<strong>de</strong>ntro da viela.<br />

- Certo.<br />

- Certo, Miguel.<br />

- São loucos... completamente loucos...<br />

***<br />

Magrí percebeu que havia outra porta na pare<strong>de</strong> lateral <strong>do</strong> quarto <strong>de</strong> <strong>do</strong>na Iolanda. Uma<br />

ligação com o aposento ao la<strong>do</strong>.<br />

Aquele aposento tinha <strong>de</strong> estar vazio!<br />

***<br />

O anão sabia que não po<strong>de</strong>ria ser encontra<strong>do</strong> na viela. Abriu uma das caixas <strong>de</strong> papelão<br />

e enfiou-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la.<br />

Com um canivete afiadíssimo, abriu um buraco no papelão. To<strong>do</strong> o seu corpo horren<strong>do</strong><br />

estava escondi<strong>do</strong>. Pelo buraco, o olho arguto <strong>do</strong> anão vigiava.<br />

***<br />

O aposento não estava vazio.<br />

Mas quem ocupava o quarto não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>nunciar a menina. Era um velho. Um paciente<br />

<strong>de</strong>ita<strong>do</strong>. Ou não era nem mais isso. Estava morto. Provavelmente aguardan<strong>do</strong> remoção<br />

para o necrotério.<br />

Magrí tomou fôlego e percebeu que estava agora sem a vassoura. Como iria sair<br />

disfarçan<strong>do</strong>, logo da porta ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> on<strong>de</strong> estavam <strong>de</strong> guarda os <strong>do</strong>is gorilas?<br />

- Desculpe, senhor cadáver, mas, agora, acho que o senhor não se importa, não é? É<br />

para uma boa causa...

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