17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

documentos:<br />

a) Carteira da Colônia de p<strong>es</strong>cador<strong>es</strong>, com data de emissão em 02/01/2003 (fl.16);<br />

b) Fichas da Colônia de P<strong>es</strong>cador<strong>es</strong>, constando o exercício da atividade p<strong>es</strong>queira no período de 1991 a 2009 (fls. 17 e 19);<br />

c) Recibos de pagamento da Colônia de p<strong>es</strong>cador<strong>es</strong>, relativos aos anos de 2003 a 2009 (fls.20/21);<br />

d) Guias (GPS) referent<strong>es</strong> as competências 08/2008 e 08/2009 (fls.22/23);<br />

Além disso, o início de prova material acima <strong>es</strong>pecificada foi corroborado pela prova t<strong>es</strong>temunhal colhida na audiência,<br />

conforme CD-R de áudio. Os depoimentos das t<strong>es</strong>temunhas foram coerent<strong>es</strong> e co<strong>es</strong>os com as alegaçõ<strong>es</strong> da parte Autora.<br />

Em seu depoimento p<strong>es</strong>soal, a parte autora relata que há 22 anos tira mariscos. Afirma que ant<strong>es</strong> se dedicava somente aos<br />

afazer<strong>es</strong> de casa, pois não morava tão próximo à praia. Relata que o marido sempre foi p<strong>es</strong>cador. Afirma que vende a R$ 7<br />

reais o quilo do marisco. Na última colheita, retirou 6 quilos de marisco. Relata que a venda dos mariscos para a loja de<br />

p<strong>es</strong>cado é feita por um valor menor do que quando se vende para particular<strong>es</strong> individualmente. Afirma que há 20 anos<br />

possui regis<strong>tr</strong>o na colônia de p<strong>es</strong>cador<strong>es</strong> de Piúma. Relata que complementa as atividad<strong>es</strong> limpando peixe, para as lojas de<br />

p<strong>es</strong>cado da região. Esse <strong>tr</strong>abalho é realizado em sua própria casa. Relata que possui uma pequena casa própria. Afirma<br />

que o marido muitas vez<strong>es</strong> aufere menos de um salário mínimo por mês e o <strong>tr</strong>abalho de marisqueira dela é nec<strong>es</strong>sário para<br />

complementar a renda da família.<br />

A primeira t<strong>es</strong>temunha ouvida, Sra. Lisa Gom<strong>es</strong> Lima Jubilini, relata que p<strong>es</strong>ca com a autora. Relata que conhece a autora<br />

há 15 anos. Não sabe se a autora exerce ou<strong>tr</strong>as atividad<strong>es</strong>. Relata que quando iniciou na atividade da p<strong>es</strong>ca, a autora já<br />

<strong>es</strong>tava lá p<strong>es</strong>cando. Informa que por dia de p<strong>es</strong>ca consegue pegar de 10 a 15 quilos. Qu<strong>es</strong>tionada, informa que p<strong>es</strong>soas<br />

mais velhas possuem mais limitaçõ<strong>es</strong> físicas e podem vir a pegar uma quantidade menor de mariscos. A depoente limpa<br />

peix<strong>es</strong>, mas não é muito comum. Sabe que autora também limpava peix<strong>es</strong>.<br />

A segunda t<strong>es</strong>temunha ouvida, Sra. Marinalda Caidoso Benevid<strong>es</strong>, relata que conhece a autora há 20 aos. Afirma que<br />

durante todo <strong>es</strong>se período conhece a autora pegando mariscos na região. Afirma que em duas fas<strong>es</strong> da lua é propício para<br />

a captação de mariscos.<br />

Conforme prova documental e t<strong>es</strong>temunhal <strong>tr</strong>azida aos autos, conclui-se que a autora efetivamente laborou em atividade de<br />

p<strong>es</strong>ca art<strong>es</strong>anal em regime de economia familiar, comprovando assim sua condição de segurada <strong>es</strong>pecial. Assim, não<br />

encon<strong>tr</strong>o óbice à conc<strong>es</strong>são do beneficio pleiteado, ante o pleno convencimento da condição assemelhada a de<br />

<strong>tr</strong>abalhadora rural ostentada pela autora, por período superior à carência nec<strong>es</strong>sária.”<br />

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.<br />

Sem custas, nos termos da Lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da<br />

condenação, nos mold<strong>es</strong> do art. 20, §3º, do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, mantendo-se a<br />

sentença, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.<br />

Boaventura João Andrade<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

5 - 0000527-46.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000527-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x ELZA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS (ADVOGADO: FABIANO ODILON DE<br />

BESSA LURETT, ALMIR MELQUIADES DA SILVA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so n.º 0000527-46.2008.4.02.5054/01 – Juízo de Origem: 1ª VF Colatina<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrida : ELZA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS<br />

Relator : Juiz <strong>Federal</strong> BOAVENTURA JOÃO ANDRADE<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIME<br />

DE ECONOMIA FAMILIAR COMPROVADO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO<br />

CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente a<br />

pretensão de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, sustenta o recorrente que os

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!