17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

discreta com limitação dos movimentos, porém sem a<strong>tr</strong>ofia muscular (qu<strong>es</strong>ito nº 5 – fl. 37). Elucidou que o recorrente<br />

poderá d<strong>es</strong>empenhar até m<strong>es</strong>mo atividad<strong>es</strong> que demandem intenso <strong>es</strong>forço físico (qu<strong>es</strong>ito nº 7 – fl. 37).<br />

Por certo, o juiz não <strong>es</strong>tá ads<strong>tr</strong>ito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos<br />

provados nos autos. E, em seu art. 437, a Lei proc<strong>es</strong>sual não exige, mas, simpl<strong>es</strong>mente, a<strong>tr</strong>ibui ao juiz o poder de<br />

determinar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente <strong>es</strong>clarecida. Na hipót<strong>es</strong>e em<br />

apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, <strong>es</strong>te Juízo entende que o<br />

material probatório acostado aos autos sinaliza o d<strong>es</strong>mérito do pleiteante ao pretendido benefício.<br />

Con<strong>tr</strong>a a alegação recursal de que há documento médico particular que at<strong>es</strong>te a incapacidade do recorrente, importa<br />

d<strong>es</strong>tacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do<br />

Espírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido<br />

pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de<br />

prevalecer sobre o particular”.<br />

Cabe r<strong>es</strong>saltar que a dor não pode ser cientificamente comprovada, motivo pelo qual, em casos como <strong>es</strong>te, a incapacidade<br />

pode ser avaliada com base em regra de pr<strong>es</strong>unção. En<strong>tr</strong>etanto, inexistem elementos de prova nos autos dos quais se<br />

possa inferir a severidade do quadro clínico at<strong>es</strong>tado.<br />

Igualmente d<strong>es</strong>cabido o pleito de anulação em razão da não apreciação dos qu<strong>es</strong>itos complementar<strong>es</strong>. O direito de produzir<br />

provas não é absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por si só, não implica cerceamento de def<strong>es</strong>a, sobretudo quando<br />

o qu<strong>es</strong>ito proposto é pr<strong>es</strong>cindível à elucidação do quadro clínico, como na hipót<strong>es</strong>e vertente. De fato, os qu<strong>es</strong>itos<br />

formulados à fl. 45 foram superados pela firme conclusão pericial.<br />

Por derradeiro, na hipót<strong>es</strong>e vertente, as condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais do recorrente (idade, condição social, grau de ins<strong>tr</strong>ução, etc.),<br />

em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.<br />

Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.<br />

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Arguição de cerceamento de def<strong>es</strong>a rejeitada.<br />

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefício<br />

da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementa<br />

que fica fazendo parte integrante do julgado.<br />

Boaventura João Andrade<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

31 - 0000690-64.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000690-6/01) CLEUZA DA SILVA FERRETI (ADVOGADO: Valber Cruz<br />

Cereza.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: VINICIUS DOMINGUES FERREIRA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so n.º 0000690-64.2010.4.02.5051/01 – Juízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro<br />

Recorrente : CLEUZA DA SILVA FERRETI<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Relator : Juiz <strong>Federal</strong> BOAVENTURA JOÃO ANDRADE<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE<br />

LABORAL PREEXISTENTE À FILIAÇÃO AO RGPS. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –<br />

SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em razão de sentença que julgou improcedente a<br />

pretensão do pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez.<br />

Sustenta a recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o perito judicial agiu com parcialidade, pois fixou a data de início da<br />

incapacidade (DII) com base em pr<strong>es</strong>unção, isto é, sem embasamento na documentação juntada aos autos. Alega que em<br />

havendo dúvida, deve ser aplicado o princípio in dubio pro misero. D<strong>es</strong>sa forma, requer seja conhecido e provido o recurso,<br />

julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. As con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> foram apr<strong>es</strong>entadas às fls. 71-74.<br />

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendo<br />

cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade<br />

habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 do<br />

aludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou<br />

não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualquer<br />

atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

O ponto con<strong>tr</strong>overtido cinge-se à preexistência ou não da incapacidade laborativa ao ingr<strong>es</strong>so no Regime Geral da<br />

Previdência Social (RGPS).<br />

Na análise pericial do Juízo (fls. 57-58), a recorrente (66 anos) foi examinada e diagnosticada com insuficiência venosa<br />

crônica em membros inferior<strong>es</strong> (CID187.02), patologia de ordem adquirida – passível de agravação - que a incapacita<br />

definitivamente para o exercício da atividade habitual de “do lar”, bem como para o exercício de qualquer atividade<br />

laborativa que lhe garanta a subsistência (qu<strong>es</strong>itos nºs 9 e 10 – fl. 57).Ao ser qu<strong>es</strong>tionado sobre os sintomas da doença a<br />

que <strong>es</strong>tá acometida a requerente, r<strong>es</strong>pondeu o perito que <strong>es</strong>ta apr<strong>es</strong>enta edemas em membros inferior<strong>es</strong>, limitação de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!