boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012-110 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
determinar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente <strong>es</strong>clarecida. Na hipót<strong>es</strong>e em<br />
apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, <strong>es</strong>te Juízo entende que o<br />
material probatório acostado aos autos sinaliza o d<strong>es</strong>mérito da pleiteante aos pretendidos benefícios.<br />
Con<strong>tr</strong>a a alegação recursal de que há documento médico particular que at<strong>es</strong>te a incapacidade da recorrente, importa<br />
d<strong>es</strong>tacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do<br />
Espírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido<br />
pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de<br />
prevalecer sobre o particular”.<br />
D<strong>es</strong>cabido o pleito de anulação em razão da não apreciação dos qu<strong>es</strong>itos complementar<strong>es</strong>. O direito de produzir provas<br />
não é absoluto, sendo certo que seu indeferimento, por si só, não implica cerceamento de def<strong>es</strong>a, sobretudo quando o<br />
qu<strong>es</strong>ito proposto é pr<strong>es</strong>cindível à elucidação do quadro clínico, como na hipót<strong>es</strong>e vertente. De fato, os qu<strong>es</strong>itos formulados<br />
à fl. 54 foram superados pela firme conclusão pericial.<br />
Por derradeiro, na hipót<strong>es</strong>e vertente, as condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais da recorrente (idade, condição social, grau de ins<strong>tr</strong>ução, etc.),<br />
em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não são aptas a infirmar a conclusão jurisdicional adotada.<br />
Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.<br />
Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento. Arguição de cerceamento de def<strong>es</strong>a rejeitada.<br />
Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefício<br />
da assistência judiciária gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />
Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementa<br />
que fica fazendo parte integrante do julgado.<br />
Boaventura João Andrade<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
33 - 0000069-67.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000069-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x SERGIO NATAL SECCHIN (ADVOGADO: Ruberlan Rodrigu<strong>es</strong><br />
Sabino.).<br />
Proc<strong>es</strong>so nº. 0000069-67.2010.4.02.5051/01 – Juízo de origem: 1ª VF Cachoeiro<br />
Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
Recorrido : SERGIO NATAL SECCHIN<br />
Relator : Juiz <strong>Federal</strong> BOAVENTURA JOÃO ANDRADE<br />
EMENTA<br />
RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL TOTAL E TEMPORÁRIA<br />
VERIFICADA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.<br />
Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-ré, ora recorrente, em razão de sentença que julgou procedente a<br />
pretensão de r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o<br />
exame pericial considerou atividade profissional diversa da exercida pelo recorrido. Alega que o laudo pericial classificou o<br />
autor como “vendedor autônomo”, não obstante o ex<strong>tr</strong>ato do Cadas<strong>tr</strong>o Nacional de Informaçõ<strong>es</strong> Sócias (CNIS) evidencie<br />
vínculos como “empr<strong>es</strong>ário”, “ou<strong>tr</strong>as profissõ<strong>es</strong>” e “comerciário”. D<strong>es</strong>sa forma, requer seja conhecido e provido o pr<strong>es</strong>ente<br />
recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial. As con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> encon<strong>tr</strong>am-se nas fls. 103-109.<br />
O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei nº. 8.213/1991, será devido ao segurado que, tendo<br />
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade<br />
habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.<br />
A condição de segurado e o período de carência são incon<strong>tr</strong>oversos nos autos. Assim, a qu<strong>es</strong>tão que reman<strong>es</strong>ce diz com a<br />
incapacidade ou não, para o <strong>tr</strong>abalho.<br />
Na análise pericial do Juízo (fls. 65-66), o recorrente (53 anos) foi examinado e diagnosticado com hipertensão <strong>es</strong>sencial<br />
primária e cirrose hepática alcoólica, patologias de ordem adquirida que o incapacitam temporariamente para o exercício de<br />
qualquer atividade laborativa (qu<strong>es</strong>itos nº 9 e 10 – fl. 65).<br />
Argúi o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS que a atividade profissional do recorrido difere da lançada no laudo<br />
pericial, razão pela qual o benefício de auxílio-doença não seria devido na hipót<strong>es</strong>e. À luz da r<strong>es</strong>posta ao qu<strong>es</strong>ito nº 9,<br />
acima <strong>tr</strong>anscrita, não se sustenta a t<strong>es</strong>e da Autarquia Previdenciária.<br />
Com efeito, independentemente da atividade profissional exercida o recorrido faz jus ao amparo previdenciário, eis que<br />
verificada incapacidade para o exercício de qualquer atividade laborativa (total).