V. - Fundação Biblioteca Nacional

s E c q l O I. C A Í, IV. 17
do-se muitas vezes das regras geraes da Therapeutica.
Deve nas doenças chronicas suspender algumas vezes
o uso dos remedios, e voltar depois a elles ; para que
a conftituição se não faça insensivel ao seu eftimulo.
Por eíta mesma razão deve variar prudentemente os
remedios, sem todavia mudar de indicação; por que
cada hum delles, aind. sendo da mesma classe, obra
de seu modo particular sobre a organisação do corpo
humano.
C A P I T U L O V.
Quanto devemos tomar em consideração os diferentes
temperamentos.
I^TÃO podemos chegar ao conheci men o da compleição
, ou temperamento de cada individuo, senão
por ^aproximação. Devemos considerar que as conítituiçoes
differem tanto entre si , quanto os diíferentes
semblantes ; os quaes tendo as mesmas partes , todos
tem caracteres diftinctos , de maneira que nunca
num individuo se confunde com outro. Os antigos entenderão
, e com razão , que eíte conhecimento era
superior á intelligencia natural do espirito humano; o
que se prova pela diversidade de opinióes, que a este
respeito grandes Médicos tem pertendldo eftabelecer.
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. J Chamaremos temperamento a huma certa disposição
organica particular a cada individuo; a qual resulta
das propriedades , e acções reciprocas dos sólidosi,
e dos fluidos , e que torna o corpo capaz de exercitar
suas differentes funções com maior , ou menor
facilidade. He absurdo querer derivar a differenca dos
temperamentos unicamente dos solidos sem fazer conta
com os líquidos , cuja proporção para aqucllcs he
para i. Igualmente ohe pertender deduzi-la única-