versão pdf - Livraria Imprensa Oficial
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Dudu, o irmão, empresário e arranjador<br />
Com o empreendedorismo do meu irmão Augusto Carlos Paulo da Silva,<br />
o Dudu, e a cumplicidade de papai, assinei um contrato com o Clube de<br />
Engenharia. Começava a me profissionalizar. Cantava nos fins de tarde e os<br />
ouvintes eram pessoas que trabalhavam nos escritórios localizados no<br />
centro da cidade. Não se chamava happy hour, mas era isso. Cantava no<br />
clube de segunda a sexta e aos domingos participava das domingueiras,<br />
bailes realizados nos diversos bairros da cidade e arredores. Começava a<br />
ganhar o meu dinheirinho, já não cantava mais de graça. Os músicos que<br />
me acompanhavam eram escolhidos por Dudu, que também tocava saxofone<br />
e flauta. Ele arregimentava os profissionais no Ponto dos Músicos,<br />
localizado na Praça Tiradentes, em frente ao Teatro Carlos Gomes. Assim,<br />
Dudu foi meu descobridor e primeiro empresário. Naquele período de minha<br />
vida, participei de inúmeros outros programas de rádio – na Mayrink Veiga e<br />
na Rádio Mauá – apresentei-me em clubes, festas dançantes e bailes.<br />
Foi graças ao Dudu que conheci o Permínio Gonçalves, uma das pessoas<br />
mais importantes em minha vida. Sua orquestra, grande, maravilhosa, era uma<br />
das mais, senão a mais, requisitadas para os bailes nas décadas de 1950 e<br />
1960, na Associação dos Empregados do Comércio, na Avenida Rio Branco.<br />
São inúmeros os músicos instrumentais que iniciaram suas carreiras lá e<br />
ficaram famosos, como o Wilson das Neves e o Bituca. Como está<br />
registrado em todas as referências biográficas, foi na orquestra de Permínio<br />
Goncalves que estreei profissionalmente como crooner – a pessoa que<br />
canta para o público dançar.<br />
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