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direção artística. Muita gente importante passou por lá: o maravilhoso<br />

Lennie Dale e seus Dzi Croquettes, Johnny Alf, vindo de São Paulo, o trio de<br />

Pedrinho Mattar e eu, e muitos outros. Flávio Cavalcanti, no auge de seus<br />

bem-sucedidos programas de TV, jantava todas as noites no Pujol com seus<br />

famosos jurados. Foi lá que apresentei Vera Fischer a Perry Salles. Certa<br />

noite, ela visivelmente abatida porque surpreendera o seu amor (o maestro<br />

Erlon Chaves) jantando em companhia de outra no andar de cima da boate,<br />

desceu a escada em prantos e correu para o banheiro. Penalizada, fui atrás<br />

dela e, com a intenção de ajudá-la, falei: Tenho um grande amigo aqui que é<br />

um gentleman. Vou pedir a ele que fique com você até eu terminar de<br />

cantar. Pedi ao Perry Salles que tomasse conta dela, e ele assim o fez pelo<br />

resto de sua vida.<br />

As noites no People eram gloriosas. Certa feita, inventei uma temporada<br />

anticarnaval com meu amigo Zé Galinha, que além de bonito, com aqueles<br />

olhos verdes, era de uma delicadeza sem igual, sempre disposto a concordar<br />

com o que eu quisesse fazer em sua casa – e eu queria nada mais nada<br />

menos do que a casa inteira durante os três dias de carnaval. Três entradas<br />

por noite. Tinha gente saindo pelo ladrão. Numa daquelas noites, estava de<br />

olho fechado cantando Wave, quando na segunda parte da música escutei<br />

uma linda voz cantando em inglês ao meu lado. Abro os olhos e vejo o Tony<br />

Bennett. Terminamos a música dançando! Coutinho, seu íntimo amigo, lhe<br />

dissera onde ele me encontraria cantando naquele carnaval.<br />

Em outra ocasião, também durante o carnaval, apareceu um moreno claro<br />

de cabelo encaracolado falando um português atravessado, que disse<br />

quando passei por ele: Leny, eu vou lhe levar para a Holanda. Mais uma vez,<br />

não acreditei. Ele se chamava Jean Tupang. Era proprietário da maior loja de<br />

CD situada em uma cidade próxima a Amsterdã. Amigo íntimo dos donos da<br />

famosa Timeless, gravadora de jazz. Foi assim que cheguei na Holanda. Ele<br />

levou a mim e ao Trio B3 – João Carlos Coutinho, piano; Lúcio Nascimento,<br />

baixo; e Adriano de Oliveira, bateria. Laís Pires, a quem chamo de filha e ela<br />

a mim de mãe, tornou-se nossa produtora/guia/advogada. Este grupo,<br />

durante 16 anos, participou dos maiores festivais de jazz do mundo inteiro.<br />

Temos vários discos, inclusive um só com standards americanos, gravado na<br />

Holanda pela Timeless (Embraceable You) e no Brasil pela Som Livre.<br />

Participei de projetos interessantes no País, com destaque para o<br />

Pixinguinha – promovido pela Funarte. Fiz várias capitais brasileiras com o<br />

Emílio Santiago e a Elza Soares.<br />

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