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Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento

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[SE7E VISÕES - AMBIÇÃO] Página | 17<br />

Para ser sincera, eu não pensava sobre essas criaturas da noite há muito tempo. Em<br />

pleno século XVIII é comum ouvirmos histórias sobre vampiros, e eu sempre tive a curiosidade<br />

de saber se eles de fato existiam ou eram apenas fruto da imaginação de um autor<br />

seriamente perturbado ― ou bêbado.<br />

Minha curiosidade me fez investigar sobre esse mito quando eu era mais nova; descobri<br />

que tudo começou com lendas sobre demônios sugadores de sangue. Tais histórias, à<br />

medida que os anos se passavam, iam adquirindo a forma pela qual, hoje, conhecemos os<br />

vampiros.<br />

Houve um tempo em que eu desejei encontrar um vampiro, mesmo com todos falando<br />

que eles são criaturas medonhas, desalmadas e destituídas de sentimentos humanos.<br />

Ora, por favor... Se eles são seres mortos que vagam pela terra, como poderiam ter<br />

sentimentos?<br />

Suspirei enquanto observava o local: uma taberna suja e fedida. Não era o local ideal<br />

para uma mulher de vinte e dois anos estar às onze horas da noite. Então, agora, deve vir a<br />

pergunta: “Mas o que diabos você está fazendo nessa taberna, Samantha?” Admito que é<br />

uma boa pergunta ― mas a resposta é simples e muito plausível.<br />

Pois bem, meu caro leitor (ou leitora): estou aqui a pedido de um grande amigo, Anthonny.<br />

Ele me disse que viria para se encontrar comigo e, então, me daria provas cabais<br />

de que um vampiro de fato existia. Entendeu o título, agora?<br />

No entanto, para um inglês, Anthonny está muito atrasado.<br />

Pensando bem, qual será a prova que ele me dará da existência de vampiros? Droga,<br />

às vezes eu odeio ser tão curiosa...<br />

Observei a taberna mais uma vez. O dono me olhava estranhamente, com certo ar de<br />

cobiça ― e posso dizer que o mesmo acontecia com os outros homens naquele local; afinal,<br />

eu era a única mulher ali.<br />

Devo admitir que não eu sou exatamente um modelo de beleza, mas meus olhos castanho-claros<br />

e meu cabelo ruivo faziam sucesso entre alguns homens; já recebi ― e recusei<br />

― vários cortejos formais. Afinal, já era raro que um pai deixasse sua filha estudar. Por isso,<br />

quando meu pai me permitiu trilhar esse caminho em busca do conhecimento, decidi<br />

que não poderia simplesmente abandonar tal oportunidade por um simples casamento.<br />

Imagine só: eu, vivendo como dona-de-casa, dedicando-me exclusivamente aos filhos e ao<br />

marido!<br />

Bem, isso me leva novamente à questão de eu ter aceito o convite de Anthonny e voltado<br />

para a Inglaterra: os vampiros.<br />

Beijei meu crucifixo.<br />

Bestas do inferno.<br />

Não, eu não estou falando dos vampiros, mas dos homens que estão me comendo<br />

com os olhos. Prefiro a companhia de um vampiro sedento, querendo me sugar até a última<br />

gota de sangue a esses homens imundos. Anthonny tem mais dez minutos para chegar;<br />

caso contrário, eu vou embora. E que se lasque o que ele tem a me dizer ou a me mostrar.<br />

Minha curiosidade tem limite.<br />

Acho...

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