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Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento

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[SE7E VISÕES - AMBIÇÃO] Página | 32<br />

Arfei ruidosamente, enquanto dava alguns passos para longe dele.<br />

― Ah! – ele sorriu. ― Agora está acreditando que sou Larcel? Foi tão fácil convencêlo,<br />

Alain. Estou decepcionado.<br />

― Não pode ser possível! ― exclamei. ― Como... como você pode ser... Você é o... ―<br />

um pensamento desesperado surgiu em minha mente: Elize também estava em perigo. ―<br />

Elize!<br />

Meu peito se apertou em dor. Meus pulmões pareciam queimar como se respirar já<br />

não fosse tão fácil. E ele sorriu.<br />

― Você está brincando com minha irmã?! Não se atreva a tocar nela, seu desgraçado!<br />

― o medo de perdê-la foi maior o medo que eu sentia dele, tornando meus pensamentos<br />

incoerentes, desesperados.<br />

― Brincar? Ao contrário do que sua limitada mente imagina, Alain, a imortalidade<br />

não nos ensina a brincar com tudo. Na verdade, nos mostra que as coisas são mais sérias<br />

do que parecem.<br />

― O que... você quer dizer com isso? ― perguntei, completamente confuso e aterrorizado.<br />

Ele suspirou e se aproximou de mim. Senti meu corpo inteiro enregelar de terror ― e<br />

me odiava por saber que meu corpo me traía em um momento tão crucial.<br />

― Você estava certo o tempo todo, Alain. A imortalidade não restitui o poder. Com o<br />

passar do tempo, até os deuses não conseguem mais executar suas funções. Por isso temos<br />

que achar substitutos para continuar o trabalho que acontece há milênios. Infelizmente, os<br />

Deuses da Morte são os deuses que chegam ao limite mais rápido, já que sempre há necromantes<br />

imbecis que nos forçam a abrir os portões sem motivo.<br />

Ele me observava com atenção. Parecia estar interessado em minha reação. E estava<br />

se referindo abertamente a mim.<br />

― O que minha irmã tem a ver com isso? ― minha respiração estava tão difícil que<br />

tive que me esforçar para as palavras saírem com fluência.<br />

― Eu sempre cuidei de minha família, Alain. Mesmo que vocês teimassem em usar<br />

essa maldita arte da necromancia ― ele ergueu a sobrancelha, em deboche. ― Eu sempre<br />

estive observando vocês. Acontece que Elize me surpreendeu quando notou o erro que<br />

cometia ao ser uma necromante. Tal capacidade e preocupação me tocaram.<br />

― Pare de baboseiras! ― gritei, completamente nervoso e apreensivo.<br />

Eu não suportava a ideia de que minha irmã estava sendo enganada por Larcel.<br />

Ele me lançou um olhar recriminador.<br />

― Eu escolhi a Elize para me suceder como Deus da Morte.<br />

As palavras dele me acertaram como se fossem um murro, o ar saindo de meus pulmões<br />

em uma lufada rápida.<br />

― Co... como?! ― gaguejei.<br />

― Sua irmã tem o poder para me suceder. Foi ela quem eu escolhi para receber a imortalidade<br />

― ele parecia sério em suas palavras, mas nada diminuiria minha surpresa.<br />

Eu não conseguia acreditar: Elize era a escolhida pelo deus Larcel para substituí-lo.<br />

― Todo esse tempo... eu estive treinando para isso. E, na verdade, minha irmã conseguiu<br />

o que eu queria sem nem mesmo ter consciência de tal fato? ― eu olhei em volta,<br />

desamparado. ― Tudo o que fiz foi em vão?<br />

Ele deu de ombros, elegantemente.

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