Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento
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[SE7E VISÕES - AMBIÇÃO] Página | 56<br />
estranhos, por baixo dos ruídos da fuselagem resfriando sob a atmosfera fria. Inesperadamente,<br />
jatos de gases neutros, desconhecidos nesta parte da galáxia, foram expelidos por<br />
toda a extensão da espaçonave, em diversas direções. Isso extinguiu todos os focos de incêndio<br />
existentes, ao mesmo tempo que resfriou a superfície do objeto voador.<br />
A fuselagem apresentava pequenas rachaduras, que surgiam em pontos distantes de<br />
sua superfície e começavam a se espalhar, como se fossem teias de aranha criando vida e<br />
unindo-se em uma rápida simbiose. Cada pequeno pedaço proveniente desse arranjo desprendia-se<br />
e flutuava no ar, exibindo um campo de força transparente e luminoso em uma<br />
camada imediatamente inferior. O campo de força expeliu essa espécie de casca, mostrando<br />
que aquilo não era realmente a fuselagem da nave, e sim um tipo de proteção térmica,<br />
utilizada no momento da queda para manter a integridade do grande aparelho.<br />
Após a expulsão da crosta protetora calcinada, o campo de força se extinguiu, pois<br />
não havia mais energia para mantê-lo em funcionamento. Todos os recursos da nave foram<br />
redirecionados para que pudesse pousar sem sofrer mais danos do que os já existentes,<br />
e que não eram pequenos, pois ficaram visíveis as avarias em toda a extensão do objeto<br />
voador. Ao que parecia, houve uma forte colisão no espaço.<br />
Uma porta lateral começou a se deslocar em movimento de abertura, mas acabou<br />
emperrando, deixando visível apenas uma pequena fresta, através da qual uma pessoa<br />
adulta não conseguiria passar. Porém, o ser que se esgueirou por essa abertura não era<br />
humano, e para ele esse espaço foi suficiente para deixar a espaçonave e pisar pela primeira<br />
vez no solo do planeta Terra.<br />
Com três metros de altura, o visitante espacial usava uma espécie de traje que se adaptava<br />
perfeitamente ao seu corpo magérrimo e continha diversos bolsos. Sua pele da<br />
face, a única parte do corpo exposta, insinuava a textura de escamas, não tão grossas como<br />
as dos répteis terráqueos, mas pequenas e formando um padrão incomum de cores, variando<br />
do cinza ao verde escuro. Suas grandes mãos possuíam apenas três dedos, que não<br />
apresentavam ossos e articulações, sendo mais parecidos com pequenos tentáculos.<br />
No topo da cabeça, uma proteção similar a uma carapaça, pontilhada com pequenas<br />
protuberâncias em forma de espinho. Seu rosto era longo e fino, as narinas eram dois pequenos<br />
furos acima da boca, também pequena e sem lábios. Por mais exótico que fosse<br />
esse ser, nenhuma de suas características citadas até então eram tão marcantes como o<br />
mais extraordinário componente de sua anatomia alienígena: os olhos.<br />
De forma oval, grandes a ponto de ocupar um terço da face, os olhos do alienígena<br />
ostentavam uma coloração esverdeada, tal qual duas esmeraldas ricamente lapidadas pelo<br />
mais hábil dos joalheiros. Um brilho irreal insinuava-se no âmago das joias que compunham<br />
o sistema de visão da criatura, como se fossem galáxias diminutas aprisionadas em<br />
gemas preciosas.<br />
O visitante espacial analisou o estado da fuselagem externa da nave, chegando à conclusão<br />
de que esta não apresentava condições de uso. Era chegada a hora de tomar as providências<br />
necessárias. Tirou de um de seus inúmeros bolsos um pequeno objeto translúci-