19.04.2013 Views

Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento

Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento

Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

[SE7E VISÕES - AMBIÇÃO] Página | 31<br />

Eu não conseguia acreditar no que via. Não conseguia crer que Cassius havia me seguido<br />

até as catacumbas.<br />

Ergui-me com dificuldade, o corpo ainda enfraquecido por causa da magia. O que,<br />

talvez, foi uma coisa boa. Pois, se eu conseguisse me movimentar normalmente, esmurraria<br />

aquele rosto lívido.<br />

Só me vinha uma explicação para ele estar ali. E eu não conseguia acreditar que Elize<br />

pedira para o marido se intrometer em meus planos. Eu não conseguiria perdoá-la por ter<br />

feito algo como aquilo.<br />

― Vá embora, Cassius. E reze para que eu nunca mais o veja na vida! ― minha voz<br />

soou tão embargada de ódio que pareceu nocivo até mesmo para mim, que não me importava<br />

com sentimentos negativos.<br />

Cassius riu enquanto se aproximava da parede de ossos, observando curiosamente a<br />

forma como eles haviam sido dispostos.<br />

― Por favor, já que estamos em um momento tão formal, me chame de Larcel ― ele<br />

retrucou, esticando a mão para tocar um dos crânios.<br />

As palavras dele demoraram alguns segundos para fazer sentido em minha mente. E<br />

aquilo me pareceu tão absurdo que não conjecturei nem por um segundo que fosse verdade.<br />

― Por favor... ― reclamei, um sorriso zombeteiro formando-se em minha boca. ―<br />

Você não acha mesmo que vou acreditar nisso, não é?<br />

― Que cruel. Pensei que você seria o único que acreditaria ― ele suspirou, afetadamente.<br />

― É tão ruim ser um deus nessa época. Plutão era quem sabia o que era bom, com<br />

todas aquelas virgens e sacrifícios.<br />

― Eu mataria você, se tivesse forças ― grunhi, fechando os olhos por causa da súbita<br />

ânsia de vômito que me acometeu.<br />

― Mas você não tem.<br />

Abri os olhos para encará-lo.<br />

― Acho melhor você ir embora, Cassius ― sussurrei.<br />

Os olhos dele me procuraram, e desceram até o diagrama que eu apertava entre minhas<br />

mãos.<br />

― E acho melhor que essa magia que você tem em mãos nunca mais seja usada novamente<br />

― a expressão dele se tornou séria, e o tecido começou a esquentar gradativamente<br />

contra minha pele. Em questão de segundos eu não conseguia mais segurá-lo e o<br />

soltei. Estupefato, vi o pano pegar fogo enquanto caía.<br />

― O quê?! ― exclamei, completamente horrorizado, afastando-me em um pulo das<br />

cinzas que se amontoavam no chão.<br />

― Sei que você mantém uma cópia do diagrama em sua casa. Mas não se preocupe,<br />

eu tratarei de queimá-la também. Eu não irei tolerar que essas coisas monstruosas atrapalhem<br />

ainda mais o equilíbrio que tenho lutado por séculos para manter ― a voz dele estava<br />

dura, fria. Fazia com que arrepios subissem pela pele do meu braço.<br />

Curiosamente, minha ira foi subjugada pelo medo. Algo em minha mente me avisava<br />

de que eu deveria fugir dali o mais rápido que pudesse, que eu estava correndo sério perigo.<br />

E foi quando entendi: Cassius era a ameaça.<br />

Eu não conseguia acreditar, mas minha mente teimava em mostrar a verdade para<br />

que eu pudesse fugir. Cassius realmente era Larcel. A minha frente estava o Deus que eu<br />

admirei por toda a vida.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!