Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento

[SE7E VISÕES - AMBIÇÃO] Página | 9
sas sentir o descanso eterno daqueles que pela honra merecem. Quero que durmas tranquilo
em minha suave maresia...
― Se realmente é uma deusa, prove ressuscitando a todos que aqui estão! ― desafiou
ele a sua própria razão.
― Não posso trazer os mortos de volta, querido cavaleiro, mas vejo que também se te
levar comigo com todo esse ódio no seu coração, minhas delicadas carícias não te aquietarão
e em minha casa tu não conseguirás descansar.
Falando isso, o vento ficou ainda mais forte, e o sopro fez com que todo o sangue e os
corpos daquele lugar se transformassem num bosque de mil árvores.
― Proteja este bosque! Não deixes que o rei o derrube! Eu te darei a força necessária
para isso! Não duvides da paz que ele trará, mesmo que ela seja tardia. Pois a recompensa
vem para aqueles que lutam por seus objetivos.
― Sim, farei isso...
Eriot se levantou, cravou sua espada no chão.
― Protegerei este bosque, que nomearei de “Bosque das Mil Vitórias”, até que o rei
tome consciência de todo mal que está fazendo nestes últimos tempos...
***
A batalha entre Adrian e Eriot já durava mais de duas horas, sem que nenhum deles
conseguisse achar uma brecha para um golpe definitivo.
― Por que protege esse bosque com tanto afinco? –- perguntou Adrian.
― Apenas porque é preciso... –- respondeu Eriot, avançando contra Adrian, deixando
aberta a brecha que terminou aquele combate.
Adrian enfiou a espada na costela de Eriot.
Eriot caiu de joelhos e olhando para o céu, deixou uma lágrima escorrer pelo canto
dos olhos e num último suspiro disse:
― Falhei em meu sonho... Desculpem-me todos...
E ele morreu ali mesmo, ajoelhado.
Adrian aproximou-se dele, e olhou em seus olhos e um resto da luz ainda brilhava
neles.
― Cortarei sua cabeça e a levarei ao rei ― disse Adrian.
Mas ao desferir sua espada contra o pescoço do corpo sem vida de Eriot, uma mão o
impediu. E Adrian viu a deusa Andressa segurando sua espada.
A deusa acolheu o corpo de Eriot em suas vestes.
― Descansa, querido cavaleiro! Agora te nomeio meu guerreiro e dormirá para sempre
em meus braços.
Então soprou fortemente, derrubando Adrian no chão.
Adrian, assustado, ciente do que acabou de acontecer, montou em seu cavalo e olhou
para o bosque.
― Você está morto, mas fui eu que perdi a batalha! Descanse agora, grande guerreiro
da luz, aproveite a paz que o céu lhe deu! Agora sei que estive lutando contra quem não
devia.
Adrian galopou até o castelo e se dirigiu ao rei e contou sua história, e ainda afirmou
que não deixaria, assim como Eriot, que derrubassem aquele bosque, que agora sabia que
era sagrado.
O rei, irado, disse que não aceitaria outra subversão e chamou os guardas para que
jogassem Adrian nas masmorras.