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Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento

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[SE7E VISÕES - AMBIÇÃO] Página | 18<br />

― Boa noite, madame. Gostaria de me acompanhar até minha alcova? ― falou um parvo,<br />

sentando-se na cadeira ao meu lado.<br />

― Gostaria de me acompanhar até o cemitério para que eu possa fazer rituais de magia<br />

negra com seu corpo? ― repliquei.<br />

Ele arregalou os olhos e abriu a boca, mas não houve nenhuma resposta. Acredito<br />

que seu cérebro finalmente fora requisitado a pensar em algo diferente de sexo e bebida.<br />

Ele começou a ficar vermelho.<br />

― Senhorita, estamos atrasados ― uma voz masculina informou.<br />

Algo me ergueu no ar. Quase gritei, mas reconheci a tempo o homem que me colocara<br />

embaixo de seu braço e me transportara como se eu fosse um livro qualquer saindo da<br />

prateleira.<br />

― Samantha! Ficou louca? ― ele me colocou no chão quando já estávamos a uma distância<br />

segura dos ouvidos da taberna. ― Além de correr o risco de ser violentada, ainda correu<br />

o risco de ser acusada de bruxaria. Você poderia morrer queimada!<br />

― Foi ele quem começou ― cruzei os braços em minha típica cena de garota mimada<br />

e emburrada.<br />

Às vezes ― mas só às vezes ― detesto ser filha única, pois fui muito mimada em alguns<br />

momentos de minha vida.<br />

― Crianças são mais maduras que você.<br />

Preparei-me para dar uma resposta, mas, como sempre, Anthonny começou a andar<br />

e eu precisei me apressar para alcançá-lo. Ele é quase quinze centímetros mais alto, ou seja,<br />

é visível a vantagem que ele tem sobre os meus passos.<br />

Observei Anthonny por um instante. O cabelo loiro estava penteado para trás; se eu<br />

não o conhecesse, poderia muito bem confundi-lo com algum nobre, principalmente com<br />

aquele terno e o sobretudo (que eu aposto duzentas libras como ele foi roubado de algum<br />

varal no caminho até a taberna).<br />

― Não fique me caluniando.<br />

Pisquei rápido, enquanto o observava. Ele lê pensamentos?!<br />

― Bruxaria! ― gritei.<br />

― Não, sua louca. Eu apenas a conheço bem o suficiente para saber o que está pensando<br />

quando faz essas caretas.<br />

― Calado, Anthonny!<br />

Nunca tinha parado para pensar: eu fico fazendo caretas?<br />

Ele esboçou um daqueles seus sorrisos cínicos; resolvi desconsiderar a existência dele<br />

por ora, mas minha ideia de ignorá-lo foi interrompida pela mão em meu ombro, que começava<br />

a me conduzir pelas ruas escuras de Londres.<br />

Não posso evitar esse sentimento de felicidade por estar usando calças e um casaco<br />

grosso. Sei que é estranho uma mulher de calças, mas também vão se perguntar o porquê<br />

de estar andado à noite sozinha com um homem, correndo o risco de ser chamada de meretriz?<br />

Então esqueça a calça; ela era a vestimenta mais apropriada para aquele momento.<br />

― Aonde vamos, Anthonny?<br />

― Na carta que eu lhe mandei, eu disse que provaria a existência de vampiros, e é exatamente<br />

o que eu vou fazer.<br />

― Certo, Anthonny... Prove-me.<br />

Por um ínfimo momento, não entendi o sorriso pervertido que surgiu no rosto dele.<br />

Maldito!

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