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Sete Visões: Ambição - rtavares consultoria & treinamento

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[SE7E VISÕES - AMBIÇÃO] Página | 49<br />

O garoto caiu em si. Esperava que tudo fosse diferente, e que algo acontecesse de<br />

bom naquele dia tão especial de Natal. Não lhe importava se toda a cidade repudiasse a<br />

data, o que ele queria era receber o presente que tanto desejou. Ele foi um garoto tão bom<br />

o tempo todo...<br />

Ou será que não foi?<br />

΅<br />

– Há quanto tempo, meu neto... Vem cá me dar um abraço! ― o velho, de braços estendidos,<br />

esperou sorrindo que Kär fosse até ele.<br />

O jovem não sabia se estava preparado para o Papai Noel, muito menos para o próprio<br />

avô. Querendo entender, indagou:<br />

― Então era por isso que vocês sempre me falaram sobre o Papai Noel?... ― sua expressão<br />

mudou, tomando um ar de revolta. ― E, se você é você, por que fez isso comigo?<br />

Eu... ― colocou as mãos na cabeça e olhou para baixo; definitivamente, não foi fácil processar<br />

tudo aquilo em tão pouco tempo.<br />

A expressão do velho se manteve serena. Ele viu que seria melhor dizer logo, pois<br />

talvez isso o ajudasse.<br />

― Desde que eu... Você sabe... Desde que eu me fui daquela vez, chamaram-me para<br />

substituir o Papai Noel vigente, visto que minha conduta naquela vida foi sempre correta<br />

e exemplar. Durante todo esse tempo, eu fiquei em <strong>treinamento</strong>, para assimilar tudo do<br />

Papai Noel anterior antes que o tempo dele acabasse ― o velho se levantou da poltrona, e<br />

foi calmamente até a lareira. ― Pois bem, esse foi meu primeiro ano de trabalho! ― olhou<br />

para Kär e sorriu. ― Ou você achava que os “Papais Noéis” eram seres eternos? É por isso,<br />

meu jovem, que existem tantas lendas com várias versões diferentes da mesma história:<br />

todas elas são reais. Algumas mais ilustres, algumas menos, mas todas realmente aconteceram.<br />

O rapaz ficou por um bom tempo olhando para baixo.<br />

― Então, você me culpa pela morte dele? ― Kär disse, em uma intensidade que<br />

somente ele e o Papai Noel conseguiriam entender.<br />

Os duendes ainda andavam para lá e para cá, como se nada acontecesse à sua volta.<br />

― Claro que não! ― Papai Noel disse, meneando o pescoço levemente para trás,<br />

parecendo zombar sutilmente daquela declaração. ― Você está dizendo que eu arbitrei<br />

injustamente e por isso dei um presente ruim?<br />

Kär levantou o rosto, furioso.<br />

― Não! O problema é que eu não ganhei presente algum! ― gritou, fazendo seu<br />

rosto ficar vermelho de ódio. ― Nem o que eu queria, nem qualquer outro!<br />

Os duendes continuavam andando, despreocupados.<br />

Papai Noel riu.<br />

― Você está dizendo, então, que veio até aqui para reclamar um presente nãorecebido?<br />

― perguntou, com naturalidade.<br />

Ele pegou uma bandeja de cima do console da lareira e estendeu ao rapaz. Kär não<br />

deu atenção: estava mergulhado em outros pensamentos.<br />

Não havia parado nenhum instante para refletir sobre a verdadeira causa de sua ida<br />

até ali. Tinha apenas resolvido encontrá-lo após conferir que a casa do peixeiro estava vazia.<br />

Não voltou à própria casa, nem pegou suprimentos, apenas seguiu o caminho que achava<br />

ser o certo ― como seu pai dissera um dia.

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