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império do brazil - Fundação Biblioteca Nacional

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— 106 —<br />

fundi<strong>do</strong>res de diversos metaes, ficou sen<strong>do</strong> chamada rua <strong>do</strong>s Latoeiros,<br />

porque delia sahião para as provincias de Minas, S. Paulo e outros<br />

lugares as obras de latão, cobre, etc., fabricadas nas officinas desta<br />

rua. Ern 1856, foi-lhe muda<strong>do</strong> o nome antigo para o de rua de Gonçalves<br />

Dias, em honra <strong>do</strong> poeta lyrico Bacharel Antonio Gonçalves Dias,<br />

que morou algum tempo no sobra<strong>do</strong> (hoje n. 50) intitula<strong>do</strong> das Bichas<br />

Monstros.<br />

A mudança, sem razão de ser <strong>do</strong> nome desta rua, provou a ignorância<br />

<strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res desse anno, nos factos da historia patria, por estar<br />

liga<strong>do</strong> o nome de rua <strong>do</strong>s Latoeiros ao mais notável acontecimento<br />

da independencia <strong>do</strong> Brazil, porque foi nesta rua <strong>do</strong>s Latoeiros onde<br />

cercada 9» casa» de Domingos Fernandes da Cruz, Torneiro, no dia 6<br />

de Maio de 1789, prenderão o martyr da independencia <strong>do</strong> Brazil,<br />

alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tira Dentes. Estan<strong>do</strong> portanto<br />

liga<strong>do</strong> o nome da rua <strong>do</strong>s Latoeiros ao nome mais glorioso e<br />

queri<strong>do</strong> da patria, (substituí<strong>do</strong> pelo de Gonçalves Dias, que se tornou<br />

popular pela Canção da Sabiá, que não é original e sim uma imitação<br />

<strong>do</strong> romance <strong>do</strong> Peregrino da America, obra mística composta<br />

antes de 1725 e impressa em 1765), é uma falta imper<strong>do</strong>ável.<br />

Romance descriptivo por occasião da chegada á Belem<br />

acima da villa da Cachoeira, (Bahia) por volta<br />

das T horas da manhã<br />

Lá cantava o sabiá;<br />

Um recita<strong>do</strong> de amor<br />

Em <strong>do</strong>ce metro sonoro,<br />

Que as mais aves despertou,<br />

O mozombinho canario,<br />

Realengo em sua côr,<br />

Deo taes passos de garganta,<br />

Que a to<strong>do</strong>s admirou.<br />

Neste tempo se ouvia<br />

N'um raminho o curió,<br />

Com sonora melodia,<br />

E com requebros na voz.<br />

O encontro lhe sahio,<br />

Passarinho bom cantor,<br />

De ramo em ramo saltan<strong>do</strong>,<br />

Só por vêr sahir o sol.<br />

A linda Guarinhataã,<br />

Chochorrian<strong>do</strong>, compôz<br />

Um sólo, bem afina<strong>do</strong>,<br />

Que seu amor explicou.<br />

O alegre passarinho,<br />

Que se chama Papa arroz,<br />

Pelos seus metros canoros<br />

Cantava, ut, ré, mi, fá, sol.<br />

Despertan<strong>do</strong> o Pitahuaã<br />

Com impulsos de rigor;<br />

Disse logo: Bem te vi,<br />

Deste lugar em que estou.<br />

O valente Pica-páó.<br />

De um pao fez o tambor<br />

E com o bico tocava<br />

Alvorada o mesmo sol.

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