império do brazil - Fundação Biblioteca Nacional
império do brazil - Fundação Biblioteca Nacional
império do brazil - Fundação Biblioteca Nacional
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Fundação</strong> dó collegio <strong>do</strong>s Jesuítas<br />
O padre Ignacio de Azeve<strong>do</strong>, irmão de D. Jeronymo de Azeve<strong>do</strong>,<br />
que havia si<strong>do</strong> nomea<strong>do</strong> em Roma por S. Francisco de Borja, visita<strong>do</strong>r<br />
geral, tinha vin<strong>do</strong> da Bahia com o governa<strong>do</strong>r Mem de Sá, e finda<br />
a guerra contra os francezes, partio para S. Vicente com o bispo D. Pedro<br />
Leitão, e depois cie visitar as casas dalli e as aldêas, tratarão <strong>do</strong><br />
fundação <strong>do</strong> collegio <strong>do</strong> Rio de Janeiro, como desejava el-rei D. Sebastião,<br />
esahin<strong>do</strong> de S. Vicente no mez de Julho de 1567, em companhia<br />
<strong>do</strong> mesmo bispo Leitão, <strong>do</strong> padre provincial Manoel da Nobrega e José<br />
de Anchieta, chegarão ao Rio de Janeiro achan<strong>do</strong> Mem de Sá occupa<strong>do</strong><br />
na edificação da cidade, e no coração delia, e face da rua, deu sitio para<br />
um collegio, e logo em nome de el -rei D. Sebastião lhe applicou <strong>do</strong>te<br />
para 50 religiosos, que o padre Ignacio de Azeve<strong>do</strong> aceitou e agradeceu<br />
em nome da communidade. A escriptura authentica da <strong>do</strong>ação e <strong>do</strong>te<br />
foi passada em Lisboa, firmada pela mão real no dia 6 de Fevereiro de<br />
1568, cuja cópia manuscripta eu a possuo. O padre Ignacio de Azeve<strong>do</strong>,<br />
deixou o padre Nobrega encarrega<strong>do</strong> de tu<strong>do</strong>, e ao padre Anchieta para<br />
o ajudar, e se embarcou para a Bahia, onde chegou no dia 8 de Março<br />
de 1568 e dahi se embarcan<strong>do</strong> para Lisboa, alli chegou no mesmo anno,<br />
e no de 1569 partio para Roma, afim de informar ao geral S. Francisco<br />
de Borja <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da ordem no Brazil.<br />
Ficárão fundan<strong>do</strong> a igreja e collegio <strong>do</strong> Rio de Janeiro os padres<br />
Nobrega, Anchieta, Luiz da Gran, Antonio Rodrigues, Balthasar Fernandes<br />
e Antonio da Rocha, os quaes em pouço tempo concluirão as<br />
obras.<br />
A primitiva cidade de S. Sebastião fundada por Mem de Sá, foi no<br />
Morro deS. Sebastião no cio Castello, com as ruas e largos que ainda<br />
existem, e como o commercio queria estar mais em contacto com o<br />
movimento marítimo, forão os mora<strong>do</strong>res edifican<strong>do</strong> casas na varsea,<br />
e infileiran<strong>do</strong>-as de um e outro la<strong>do</strong>, e assim forman<strong>do</strong> as ruas.<br />
Entre os morros de S. Sebastião, hoje <strong>do</strong> Castello, <strong>do</strong> Carmo,<br />
hoje de Santo Antonio, de Manoel de Brito, hoje de S. Bento, da<br />
Conceição <strong>do</strong> Livramento, cie Paulo Caeiro, hoje da Formiga, o de<br />
Santa Thereza, hoje <strong>do</strong> Pinto, de S. Diogo, antes da Pina morro da<br />
Lagoinha, hoje Paula Mattos, de Pedro Dias, hoje <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong>, o <strong>do</strong> Desterro,hoje<br />
de Santa Thereza,era uma vasta planície palu<strong>do</strong>sa composta<br />
de lagoas, charcos e mangues. Foi <strong>do</strong> anno de 1636 que alinharão<br />
das ruas de que se compõe a cidade velha, da Valia para baixo.<br />
A povoação da cidade de S. Sebastião <strong>do</strong> Rio de Janeiro desde 1568<br />
até 1808 épocha da chegada da corte portugueza para ella, era muito<br />
limitada. Entre as ruas, travessas e beccos, quasi todas com grandes<br />
intervallos, erão conhecidas com os nomes que adiante passo a nomear.