império do brazil - Fundação Biblioteca Nacional
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Vieira, faltan<strong>do</strong> das injustiças <strong>do</strong> seu tempo no Brazil, que sem justiça<br />
não ha reino, nem provincia, nem cidade, nem ainda companhia de<br />
ladrões, que possa conservar-se.<br />
Os que tem governa<strong>do</strong> o Brazil, cuidão da politica, e esta é tão<br />
tacanha e miserável que só se empenhão por eleições, emquanto que<br />
deixam o paiz sem industria, sem agricultura, sem commercio, sem navegação<br />
nacional e sem nada (1), e apenas com um pessoal enorme de<br />
juizes e emprega<strong>do</strong>s públicos, que absorven<strong>do</strong> toda a seiva <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />
nada possuimos que preste, porque tu<strong>do</strong> nos vem <strong>do</strong> estrangeiro .<br />
Não temos ti<strong>do</strong> um homem de Esta<strong>do</strong>, um financeiro, e nem político;<br />
o que temos ti<strong>do</strong> são palraãores inexperientes, ignorantes perfeitos<br />
cio paiz e da sua historia, e por isso é que matam os tempos legislativos<br />
com o dise tu e direi eu, sem nada fazer-se que utilise ao Brazil<br />
Na impossibilidade de continuar na publicação da minha Corographia<br />
Histórica &, confeccionei outra obra, menos volumosa, mas<br />
não menos noticiosa, e pensei imprimil-a por meio de subscrípção popular,<br />
e recorren<strong>do</strong> a Illma Gamara Municipal da Corte solicitan<strong>do</strong> o<br />
favor de 200 assignaturas, lhe inderecei a minha petição e até hoje (15<br />
de Janeiro de 1879), não tive diferimento . Fiz egual petição ao Governo<br />
para mandar imprimir a obra na Typographia <strong>Nacional</strong> e teve<br />
o mesmo resulta<strong>do</strong> o meu pedi<strong>do</strong>; e como será provável que em vista<br />
<strong>do</strong> grande despendio não a imprima, para senão perderem as noticias<br />
minuciosas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brazil, resumi os factos em uma chronica<br />
para deixal-os impresso. O conteú<strong>do</strong> da obra que confeccionei e omeu<br />
pedi<strong>do</strong> á Camara Municipal <strong>do</strong> Rio de Janeiro aqui publicarei para em<br />
to<strong>do</strong> o tempo confirmar-se o que disse Camões.<br />
O favor com que mais se accende o engenho<br />
Não o dá a Patria, não.....<br />
Rio de Janeiro, 15 de Janeiro de 1879.<br />
Sr. cMello cMuraes.<br />
(1) Paia este meu trabalho muitas notas importantes me forneceu<br />
o meu comprovinciano e amigo o illustra<strong>do</strong> sr. Pedro Paulino da Fonseca<br />
o mais habilita<strong>do</strong> Estatístico que possuimos, onseca,<br />
(1) Vide o meu livro o Brazil social e político, e o artigo phvsionomia<br />
<strong>do</strong> Rio de Janeiro na minha Corographia HiltorFca A<br />
e o meu livro sobre a independencia <strong>do</strong> Brazil P llist011 ^