império do brazil - Fundação Biblioteca Nacional
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A rua da Candelaria ó uma das mais antigas <strong>do</strong> Rio de Janeiro,<br />
aberta na vargem palu<strong>do</strong>sa, nas proximidades da praia, tomou o<br />
nome da invocação da Santíssima Virgem da Candelaria, cujo templo<br />
edíficaram entre os annos de 1600 a 1604, pouco mais ou menos Antonio<br />
Martins Palma e sua mulher D. Leonor Gonçalves, naturaes da<br />
ilha da Palma, uma das canarias, capitão de uma não (como refere o<br />
padre Fr. Agostinho de Santa Maria, na sua obra Santuario Marianno,<br />
edição de 1723) que navegava para as índias da Hespanha, e<br />
já com muitos cabedaes, e na volta, quan<strong>do</strong> vinha dellas, lhe deu um<br />
temporal tão forte, que ia dan<strong>do</strong> com a sua náo em um roche<strong>do</strong>.<br />
Ven<strong>do</strong>-se o capitão Antonio Martins Palma em tão grande perigo,<br />
lembra<strong>do</strong> <strong>do</strong>s grandes prodígios e maravilhas que DEOS obrava, pela<br />
Imagem de Nossa Senhora da Candelaria, da sua ilha, como pela de<br />
Tenerife, recorreu aos seus poderes, pedin<strong>do</strong>-lhe o seu favor e patrocínio<br />
em perigo tão evidente e que se delie o livrasse, lhe promettia<br />
que na primeira terra onde aportasse lhe edificaria uma igreja de sua<br />
invocação.<br />
Permitio DEOS (alcançan<strong>do</strong>-lhe a misericordiosa Senhora, que<br />
queria por aquelle meio favorecer também aos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Rio de<br />
Janeiro) que o primeiro porto á que chegasse, fosse o da cidade de S. Sebastião,<br />
onde foi a sua habitação, sem querer tratar mais de navegar.<br />
Assim em cumprimento <strong>do</strong> seu voto, fun<strong>do</strong>u e dedicou a Senhora da<br />
Candelaria aquella igreja da sua invocação que depois se erigio em<br />
freguezia, muito antes <strong>do</strong> anno de 1634. Nos exames que fiz em to<strong>do</strong>s<br />
os livros manuscriptos <strong>do</strong> archivo episcopal <strong>do</strong> Rio de Janeiro, pela<br />
franqueza que me deu o meu <strong>do</strong>uto amigo o Exm. e Revm. Sr. D. Manoel,<br />
bispo <strong>do</strong> Rio de Janeiro e Conde de Irajá, de preclara e sau<strong>do</strong>sa<br />
memória, não achei o testamento de Antonio Martins Palma, mas<br />
encontrei-me com elle em 1613, na qualidade de piloto, medin<strong>do</strong> as<br />
terras da Guaratiba (fazenda de Santa Cruz) por parte cios jesuitas,<br />
<strong>do</strong>adas ao collegio <strong>do</strong> Rio de Janeiro pela Marqueza Ferreira, viuva<br />
de Christovão Monteiro, e por sua filha D. Catharina Monteiro, e por<br />
isso calculei aquella época, para edificação da igreja da Candelaria.<br />
Nesta rua assassinaram o capitão Duclerc, entre as 7 e 8 horas da<br />
noite <strong>do</strong> dia 18 de Março de 1711, sen<strong>do</strong> elle sepulta<strong>do</strong> na mesma igreja.<br />
Becco <strong>do</strong> Telles tinha <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito 14 casas e <strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> 12<br />
casas.<br />
Foi neste becco que em 1790 se incendiou a casa onde funccionava<br />
o sena<strong>do</strong> da camara e consumio-se o archivo municipal pelas chammas<br />
<strong>do</strong> incêndio.<br />
Becco da Lapa <strong>do</strong>s Merca<strong>do</strong>res tinha <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito 4 casas e <strong>do</strong><br />
esquer<strong>do</strong> 7 casas.