N.º 187 - Novembro 2007 - 2,00 euros - Inatel

a programação para crianças na era
do ecrã global. Por seu turno, a Dom
Quixote acaba de lançar “A Revoada”,
o primeiro romance de Gabriel
Garcia Marques, texto que evidencia
as qualidades únicas que viriam
a consagrar e a universalizar o grande
escritor colombiano.
Fernão Mendes Pinto é, sem dúvida,
uma das figuras mais fascinantes
da História e da literatura
portuguesas, pela forma como deu
testemunho do que foi o lado antiheróico
da gesta descobridora e
imperial. Por isso, deverá dizer-se
que o livro “Fernão Mendes Pinto –
um Aventureiro Português no Extremo
Oriente”, do jornalista e
investigador Fernando António
Almeida, com a chancela da Câmara
Municipal de Almada, é, pelo seu
rigor analítico e narrativo, uma obra
de leitura obrigatória para quem
quiser, com o detalhe possível e não
especulativo, conhecer o homem e o
autor que escreveu “Peregrinação”
no Pragal, mesmo do outro lado de
Lisboa, numa quinta em que encontrou
recolhimento e sossego para
pensar e escrever. A não perder.
No ano da comemoração do centenário
do nascimento de Miguel
Torga, mais dois oportunos lançamentos,
com a chancela da Dom
Quixote: “Vindima” e “O Senhor
Ventura”, obras marcantes na bibliografia
do escritor, tendo a segundo
sido já adaptada ao cinema.
“O RESTO É SILÊNCIO”, da Oficina
do Livro, representa a oportunidade
de o leitor português conhecer um
dos maiores escritores latino-americanos
do século XX. Refiro-me a
Augusto Monterroso, distinguido
com os prestigiados prémios Juan
Rulfo e Príncipe das Astúrias. Nascido
na Guatemala em 1921, Monterroso
foi considerado o mestre
absoluto do conto mínimo, por
dominar com inexcedível mestria a
técnica dos relatos breves. Este livro,
no entanto, contém uma narrativa
de maior fôlego. Nele se conta,
através de testemunhos vários, a
história de Eduardo Blas, cidadão
de San Blas. Estamos em presença
de uma verdadeira obra-prima da
narrativa contemporânea. Merecedora,
por todas as razões, da atenção
e do interesse dos estudantes de
escrita criativa e de todos os restantes
leitores. A não perder.
Também da Oficina do Livro e na
onda das séries de televisão sobre
médicos e hospitais, é “Serviço e
Urgência”, de Conceição Queiroz, um
conseguido trabalho de reportagem
sobre esse mundo em que a cada hora
se vive a experiência dos limites.
ENTRE AS OBRAS de ficção narrativa
portuguesas e estrangeiras
recentemente lançadas contam-se:
“Castelos de Cartão”(Dom Quixote),
da espanhola Almudena Grande,
“Em Silêncio Amor”, de Luís Soares,
e “A Imperfeição do Mestre”, de
Joaquim Mestre, ambos da Oficina
do Livro, “Canário”, do mediático
Rodrigo Guedes de Carvalho, pivot
dos telejornais da SIC, “Ressurreição
– O Evangelho Perdido”, de
Tucker Malarkey, de Publicações
Europa-América, e o breve e excelente
“Requiem Por um Camponês
Espanhol”, do espanhol Ramón J.
Sender, um dos grandes narradores
da Espanha contemporânea. Para
quem gosta de livros sobre cães,
recomenda-se “Copper-uma Vida
de Cão”, de Annabel Goldsmith, em
que um cão de sociedade narra na
primeira pessoa as suas deliciosas e
assombrosas aventuras assentes na
relação com o mundo dos humanos.
“Onde Fica o Sítio que nos Faz
Falta?”, de Mário Bruno Cruz, é a
mais recente aposta da Teorema na
área da poesia.
Chama-se “Aquilino Ribeiro – Um
Genial Escritor Português”o livro de
homenagem ao grande escritor
cujos restos mortais foram agora
trasladados para o Panteão Nacional.
Neste livro editado pela AVIS –
Associação para o Debate de Ideias
e Concretizações Culturais em
Viseu juntam-se testemunhos e depoimentos
de destacados nomes da
cultura, da política e da sociedade,
todos eles destacando a importância
do legado do autor de “A Casa
Grande Romarigães”. ■
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