N.º 187 - Novembro 2007 - 2,00 euros - Inatel

Mouraria
Cartas
Sou utente assíduo há já alguns anos do Ginásio da
Mouraria na modalidade de Ginástica de Manutenção
(…), onde os professores são realmente muito competentes
e as aulas muito bem orientadas, animadas e diversificadas.
Também o responsável das Instalações revela ser muito
zeloso por tudo quanto é património, burilando tudo
com mil carinhos e saberes. É nesta vertente da imagem,
que me é particularmente grato, realçar o quanto aquele
funcionário se mostra exímio no arranjo e manutenção de
todo o espaço e vegetação, resultando desse esforço um
local aprazível de cor e arranjos, de facto bem conseguidos,
para quem, como eu, o visita pelo menos duas vezes
por semana. Não resisti e recolhi algumas imagens
fotográficas para partilhar com todo o Inatel.
Por último: é pena este espaço lindo, bem no coração de
Lisboa, não tenha mais divulgação e adeptos.
João Rosado, Lisboa
Sócios há 50 anos
Completaram, este mês, 50 anos de ligação ao Inatel, os
associados: Alcibiades Rodrigues Silva, Porto; Vitor
Manuel Raposo Filipe, Alcabideche; Francisco Santos
Barbara, Queluz.
A correspondência para estas secções deve ser enviada para
a Redacção de “Tempo Livre”, Calçada de Sant’Ana, 180 - 1169-
062 Lisboa, ou por e-mail: tl@inatel.pt
[ Kalidás Barreto ]
COLUNA DO PROVEDOR
Estamos em Novembro e embora todos os dias devam ser de
solidariedade para com os que são excluídos, para os que
procuram os contentores para se manterem vivos, para os que
querem ser gente e não os deixam ser, numa onda de entontecedor
consumismo, a verdade é que se aproxima o Dezembro e
a volúpia luxuriante da compra que faz esquecer os que têm a
consoada do lixo. Não vos darei conselhos, mas creio que vale
a pena parar para pensar. Para onde caminhamos? A sociedade
egoísta passa ao lado dos sentimentos de fraternidade festejando
natais sem amor. É pois com prazer que ouço os comentários
dos nossos associados, elogiando o INATEL e a peça que
desde Outubro enobrece o palco do Teatro da Trindade.
Com efeito valorizar a atitude cívica e histórica de Aristides
de Sousa Mendes, cônsul português em Bordéus que em
Junho de 1940, contrariando as ordens do Governo português,
permitiu a fuga de milhares de judeus salvando-os da
perseguição nazi é algo de nobre, notável e heróico.
Transcrevo do último número da revista: “As palavras de
Aristides de Sousa Mendes na sua defesa perante as
acusações de desobediência que lhe foram dirigidas pelo
regime de Salazar são um dos momentos altos da peça, sublinha
Rui Mendes. “Todos eles - lembrou, então, o cônsul ao
referir-se aos milhares de perseguidos que ajudou - são seres
humanos, e o seu estatuto na vida, religião ou cor são totalmente
irrelevantes para mim. Além disso as cláusulas da
Constituição do meu país relativas a casos como o presente
dizem que em nenhuma circunstância a religião ou as convicções
políticas de um estrangeiro, o impediriam de procurar
refúgio no território português. Eu sou cristão, e como tal
acredito que não devo deixar esses refugiados sucumbir. E,
assim contra ordens que, em meu entender, são vis e injustas,
declaro que darei, sem encargos, um visto a quem quer que o
peça”. Condenado à inactividade, impedido de trabalhar,
Sousa Mendes ficou arruinado e acabou os seus dias vivendo
da caridade alheia. Morreu em 1954 e só foi reabilitado pelo
Estado Português em 1987. É por estes exemplos que digo
que vale a pena ser português; é por isso que continuo a
acreditar que vale a pena lutar por um mundo mais justo,
certo de que não haverá paz social enquanto não houver
justiça social. ■
Tel: 210027197 Fax: 210027179
e-mail: provedor@inatel.pt
Novembro 2007 TempoLivre 7