N.º 187 - Novembro 2007 - 2,00 euros - Inatel
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BOAVIDA<br />
No Palco<br />
40 TempoLivre <strong>Novembro</strong> <strong>2<strong>00</strong>7</strong><br />
Contos da Emigração<br />
Baseado em textos de vários autores portugueses, este espectáculo musical encenado<br />
pela Barraca, retrata várias das imensas histórias sobre a emigração portuguesa, ao longo<br />
de várias décadas, até 18 de <strong>Novembro</strong>.<br />
Maria Mesquita<br />
Os textos são de vários<br />
autores nacionais, entre<br />
eles João de Melo, Dias<br />
Melo, Ferreira de Castro,<br />
entre outros. Todos eles têm em<br />
comum o facto de falarem sobre<br />
uma das maiores características do<br />
nosso país, a emigração que sempre<br />
nos fez procurar uma nova vida<br />
noutro lugar.<br />
Nesta encenação em forma de<br />
musical “personagens reconhecíveis<br />
destes autores cruzam-se numa<br />
espécie de rede feita dos mais<br />
belos itinerários de emigrantes da<br />
nossa ficção. O espectáculo fala das<br />
aspirações, dos sacrifícios, das alterações<br />
de vida, das frustrações e<br />
dos triunfos, dos gostos, daquele<br />
grupo social que tanta riqueza económica<br />
trouxe ao nosso país.<br />
Da irrisão à emoção, actores e<br />
Contos da emigração<br />
público vão viajando de camioneta,<br />
de barco, de comboio e até num<br />
pau-de-arara sertanejo, experimentando<br />
sentimentos que certamente<br />
vão ajudar a conhecer melhor aquela<br />
gente que continua a ser os “outros”<br />
portugueses.” Falar desses<br />
“outros” portugueses era, desde há<br />
muito, projecto da Barraca.<br />
Como diz Maria do Céu Guerra,<br />
“Lá fomos, enganados, de camioneta<br />
com Olga Gonçalves e com ela rumámos<br />
de comboio para a Alemanha;<br />
fomos à guerra com João de Melo;<br />
fomos para a América com um clandestino<br />
a bordo, pela mão de<br />
Rodrigues Miguéis e com ele embarcamos<br />
num sonho americano; fomos<br />
à baleia com Dias de Melo à boleia de<br />
Melville; entrámos numa história<br />
negra com Manuela Degerine, num<br />
pesadelo xenófobo falado em<br />
francês. Por fim regalámo-nos a contrariar<br />
a “tragédia” da emigração com<br />
o texto mais engraçado do espectáculo.<br />
De como falar nunca tive dúvidas.<br />
Em primeiro lugar queria fazê-lo a<br />
várias vozes. Escolher histórias boas,<br />
que para mim são histórias onde há<br />
poesia, crueldade, verdade e contradição.<br />
Depois, olhar para elas com<br />
o meu olhar. O meu, aquele onde se<br />
caldeia o que sou com o que vi, aquele<br />
que não é de mais ninguém e isso<br />
basta para ser original.”<br />
SWEENEY TODD<br />
Mito urbano, história de terror<br />
macabra, realidade dos factos. Algo<br />
é certo, Sweeney Todd continua a<br />
assustar as pessoas, mesmo em<br />
forma de musical cómico, trazido<br />
outra vez aos palcos nacionais por<br />
João Lourenço e a sua equipa do<br />
Teatro Aberto, até dia 30 de<br />
Dezembro.<br />
Em co-produção com o Teatro<br />
Nacional D.Maria II, João Lourenço,<br />
Vera San Payo de Lemos, José Fanha<br />
e agora, com o apoio do Maestro<br />
João Paulo Santos, trazem 10 anos<br />
depois, com uma nova abordagem e<br />
encenação de palco o musical<br />
Sweeney Todd, segundo a versão<br />
de 1979 de Stephen Sondheim.<br />
Não se sabe ao certo se o tal barbeiro<br />
assassino existiu ou não, mas<br />
pensa-se que a sua lenda remonte ao<br />
século XV, com origem numa balada<br />
medieval francesa: um homem chamado<br />
Sweeney Todd, barbeiro de<br />
profissão que matava os seus clientes<br />
e que, com a ajuda de uma mulher,<br />
sua cúmplice, utilizaria os seus corpos<br />
para o recheio de empadas.