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N.º 187 - Novembro 2007 - 2,00 euros - Inatel

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Sweeney Todd (Contra)Tempo<br />

Esta história foi transmitida de<br />

geração em geração, tomando principal<br />

relevância na então moralista<br />

sociedade britânica dos séculos<br />

XVIII e XIX, onde pôde ser comparada<br />

a Drácula de Bram Stoker,<br />

cujo principal objectivo, era, tal<br />

como com a lenda do barbeiro,<br />

retratar a sociedade da época, com<br />

toda a sua corrupção moral e capital.<br />

Sweeney Todd é, afinal mais uma<br />

vítima da violência que toma as ruas<br />

e as cidades, acabando por ele<br />

mesmo contar com a pena dos<br />

espectadores, devido às circunstâncias<br />

que o levam a matar – a injustiça<br />

e uma pena que o levam a afastar-se<br />

da mulher e da filha. A pergunta<br />

que se faz é se existe regeneração<br />

moral na sua “persona”, uma vez<br />

que atinge um estatuto de herói<br />

trágico. Contar a sua vida num<br />

musical não evita contudo os<br />

momentos mais bizarros, negros,<br />

cómicos e dramáticos que a mesma<br />

acarreta, o suspense e a surpresa<br />

estão lá, e nesta nova encenação, a<br />

contenção das interpretações e a caracterização<br />

expressionista, dão o<br />

tom duro que é necessário.<br />

A transposição para o século XX,<br />

tornou esta bizarria num dos muitos<br />

mitos urbanos, histórias que sendo<br />

impensáveis de ocorrerem, não são<br />

totalmente desprovidas de algum<br />

sentido, nem tão pouco são impossíveis<br />

de existir. Segundo João<br />

Lourenço, a história de Sweeney<br />

Todd permanece actual: “as diversas<br />

motivações para o exercício da justiça<br />

pelas próprias mãos, o poder, o di-<br />

FICHAS TÉCNICAS<br />

CONTOS DA EMIGRAÇÃO<br />

A partir de textos de Ferreira de<br />

Castro, José Rodrigues Miguéis,<br />

Dias de Melo, João de Melo,<br />

Manuela Degerine, Olga Gonçalves;<br />

Dramaturgia, Encenação e Espaço<br />

Cénico: Maria do Céu Guerra;<br />

SWEENEY TODD<br />

Ficha Técnica: de Stephen<br />

Sondheim; Libreto: Hugh Wheeler;<br />

baseado numa peça de Christopher<br />

Bond; Versão: João Lourenço | José<br />

Fanha | Vera San Payo Lemos;<br />

Dramaturgia: Vera San Payo De<br />

Lemos; Encenação: João Lourenço;<br />

Direcção Musical: João Paulo Santos;<br />

Cenografia: Jochen Finke; Figurinos:<br />

Renée Hendrix; Coreografia: Carlos<br />

Prado; Desenho de Luz: João<br />

Lourenço | Melim Teixeira; Solistas:<br />

Mário Redondo (Sweeney Todd) |<br />

Ana Ester Neves (Sra. Lovett) | Carla<br />

Simões (Johanna) | Carlos<br />

Guilherme (Bedel) | Henrique Feist<br />

(Tobias) | José Corvelo (Juiz Turpin)<br />

| Marco Alves Dos Santos (Anthony)<br />

| Sílvia Filipe (Mendiga) | Tiago<br />

Sepúlveda (Pirelli)<br />

(CONTRA)TEMPO<br />

De David Ives; Encenação: Paula<br />

Sousa; Tradução: Paulo Oom;<br />

Intérpretes: Maria d’Aires, Patrícia<br />

Bull, Paula Sousa, Paulo B., Rogério<br />

Jacques, Teresa Faria, Vítor Oliveira.<br />

nheiro, a vingança passional, temas<br />

que, infelizmente continuam na<br />

ordem do dia”, afirmando também,<br />

em jeito de conclusão: “Existe em<br />

Sweeney Todd aquela fórmula mágica<br />

que determinados espectáculos,<br />

de cinema, teatro ou música, têm:<br />

quem o viu, nunca mais o esquece!”<br />

(CONTRA)TEMPO<br />

A Teatroesfera volta à acção teatral<br />

este mês com a peça (contra)Tempo,<br />

do autor americano David Ives, numa<br />

série de curtas interpretações apostando<br />

no humor sobre a nossa vida quotidiana<br />

e sobre o mundo em que vivemos.<br />

O Teatroesfera foi tão feliz com<br />

David Ives, com o espectáculo Uma<br />

Questão de Timing (2<strong>00</strong>4) que o encena<br />

pela segunda vez revelando ao<br />

público novas peças curtas do que<br />

será talvez “o escritor mais engraçado<br />

da América de hoje”. O mundo,<br />

segundo David Ives, é um local muito<br />

estranho, e as suas peças constituem<br />

um teste virtual de stress à linguagem<br />

– e à capacidade de desorientação e<br />

prazer do público. “Teatro que põe o<br />

cérebro a fazer aeróbica e faz cócegas<br />

ao coração...”. Não há ninguém que<br />

escreva hoje e nos revele com tanta<br />

consistência e claridade o modo como<br />

vivemos e representamos as nossas<br />

pretensões. David Ives recebeu em<br />

1994 o prestigioso Outer Critics Circle<br />

Palyright Award por “All in the<br />

Timing”. Foi eleito – pelo New York<br />

Magazine – um dos 1<strong>00</strong> americanos<br />

mais inteligentes. Ives é um cómico<br />

mordaz que voltou a pôr teatra na<br />

escrita teatral.”. ■<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>2<strong>00</strong>7</strong> TempoLivre 41

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